Dois protestos contra as manifestações do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC/SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Câmara dos Deputados, foram realizados nesta sexta-feira em Caxias do Sul. A data foi escolhida diante do anúncio de que Feliciano estaria na cidade para participar de uma vigília de oração na Igreja Unção, Fogo e Glória, no bairro Marechal Floriano, o que acabou não se confirmando. O deputado federal enfrenta manifestações de protesto em todo país por ser acusado de prática de racismo e homofobia.
Na Praça Dante Alighieri, os manifestantes abriram uma faixa com os dizeres Fora Feliciano: da CDHM, do nosso amor e das nossas vidas. Amanda Dal Cero, 18 anos, estudante de História da Universidade de Caxias do Sul, enquanto preparava um cartaz com a frase Sou espírita, sou hetero, in Feliciano não me representa, declarou que o deputado não deveria estar na Comissão de Direitos Humanos, pois o que ele prega não é o que a comissão defende. Para Cristiano Cardoso, diretor da Juventude da União das Associações de Bairros (UAB), a ideia do protesto era a de fazer o debate, mostrando que direitos humanos é vida.
- Não somos contra o pastor e sim às ideias dele como deputado.
Juçara de Quadros, presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra e membro do mesmo conselho em âmbito estadual, além de integrar o Departamento de Etnias da UAB, definiu a manifestação como valiosa, não em quantidade, mas em qualidade.
- Feliciano está se favorecendo dos movimentos sociais para crescer politicamente. Está sendo um oportunista - definiu Juçara.
O coordenador da Parada Livre, Sandro Maurício da Silva, lamentou a ausência de Feliciano na cidade, o que acabou enfraquecendo a manifestação, destacando que não é uma luta contra a Igreja ou contra o pastor.
- Quero acreditar que ele cai (da presidência da Comissão, pois ele vem se promovendo cada vez mais e já falam até em lançá-lo candidato à Presidência da República - salientou Sandro.
O protesto na Dante esteve a cargo da Secretaria de Juventude da União das Associações de Bairros (UAB), Diretório Central de Estudantes da Universidade de Caxias do Sul (DCE/UCS), da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), ONG Construindo a Igualdade, Entidade Nacional de Estudantes de Serviço Social (Enesso), Religiões de Matriz Africana, Coletivo de Mulheres da UCS, União da Juventude Socialista (UJS), União Brasileira de Mulheres (UBM), do Coletivo Nacional de Juventude Negra - Enegrecer. Cerca de 50 pessoas participaram.
No Parque Cinquentenário, outro grupo portava faixas e cartazes também com dizeres contrários às declarações de Feliciano e sua presença na presidência da CDHM. Eles marcaram a manifestação via Facebook. A publicitária Mayra Falks, 30, veio de Porto Alegre para participar.
- Estamos aqui para sermos vistos por Feliciano e não vamos nos calar - frisou.
Manifestação
Protestos em Caxias do Sul pedem saída de Feliciano da Comissão de Direitos Humanos
Manifestantes se reuniram na Praça Dante Alighieri e no Parque Cinquentenário
GZH faz parte do The Trust Project