A Polícia Federal (PF), com o apoio da Receita Federal, deflagram, nesta terça-feira (10), a Operação Niflheim para desarticular três grupos criminosos que atuam no mercado de criptoativos, suspeitos de lavagem e envio de dinheiro para o Exterior. Foram cumpridos cinco mandados de prisão em Caxias do Sul e dois em São Paulo (SP). Outros quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Fortaleza (CE) e mais quatro em Brasília. Os líderes dos grupos atuam, além do RS, em Orlando, na Flórida (EUA), segundo a PF.
Além das prisões, duas casas e um terreno foram sequestrados por ordem judicial em Caxias. Durante a operação, oito veículos foram apreendidos. A Justiça Federal determinou o bloqueio de valores em contas bancárias e criptomoedas dos investigados em mais de R$ 9 bilhões. A operação foi executada por 130 policiais federais e 20 servidores da Receita Federal.
Conforme a PF, a investigação começou em setembro de 2021 e identificou que a atuação dos grupos criminosos contemplaria diversas camadas de operações financeiras. Os grupos investigados se utilizariam de empresas de fachada e de outros mecanismos para dificultar o rastreamento do dinheiro. Ao receberem os valores, eles se encarregariam do envio dos recursos para o Exterior por meio de criptomoedas. Desde o começo da investigação, os suspeitos movimentaram mais de R$ 55 bilhões.
— Esses recursos proveem, principalmente, do tráfico de drogas e do contrabando. O dinheiro começava nas empresas de fachada até chegar a essas empresas de ponta, administradas por esses três grupos. A partir dali, esses valores eram transformados em criptomoedas e enviados para o Exterior sem que houvesse a declaração para os órgãos de fiscalização — explica o chefe da PF em Caxias, delegado Noerci da Silva Melo.
A operação foi denominada Niflheim, da Mitologia Nórdica "Lar da Névoa", em alusão a atuação dos grupos investigados, que operam por meio de transações financeiras obscuras.
Os crimes investigados são lavagem ou ocultação de bens, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, associação criminosa, organização criminosa e crimes contra a ordem tributária.