Vacaria está mais violenta em 2023 na comparação com o ano passado. De janeiro a novembro deste ano, 24 pessoas foram mortas. Em 2022, no mesmo período, 18 pessoas haviam sido assassinadas. Ou seja, houve um aumento de 33%.
Até então, o mês de novembro foi o mais violento do ano, com seis crimes (veja tabela abaixo). Além disso, em todo o ano passado, as mortes contabilizadas pelo governo do Rio Grande do Sul eram somente homicídios. Neste ano, Vacaria também registrou dois latrocínios e três feminicídios.
Em dezembro de 2022 não houve mortes no município. No deste ano, até o dia 11, já há o registro de uma vítima fatal.
O delegado de polícia de Vacaria Anderson Silveira de Lima explica que, dos 24 crimes registrados, 19 são homicídios e pelo menos 10 estão ligados à disputa de território entre duas facções atuantes na Serra, uma delas com integrantes vindos de Caxias do Sul. Segundo Lima, os assassinatos estão quase todos resolvidos por estarem relacionados ao caso da morte de um líder de facção em junho.
A partir disso, tiveram início sucessivas execuções. O delegado explica que, dos seis crimes de novembro, cinco são ligados a esse caso. A primeira morte do mês de dezembro, ocorrida por volta das 3h desta segunda-feira (11), também está.
No último caso, Tiago Maciel Pereira de 36 anos, foi morto a tiros no bairro Vêneto. Três suspeitos do crime foram localizados, dois deles foram presos em flagrante e encaminhados ao presídio. Já um mulher, suspeita da participação, estava ferida e foi encaminhada ao atendimento médico.
Ações integradas pretendem estancar os números
O delegado Lima destaca que a Polícia Civil já atua na prevenção desses crimes realizando a prisão dos executores:
— A intenção é responsabilizar os autores prendendo-os, assim, de uma forma ou de outra, tiramos de circulação essas pessoas. Com as prisões, os criminosos percebem que vindo pra cá e cometendo crimes eles vão ser presos.
O tenente-coronel Luiz Fernando Becker, comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar, destacou que os trabalhos integrados entre Polícia Civil, Brigada Militar, Batalhão de Choque e Justiça estão amenizando os crimes.
— O Batalhão de Choque, recentemente, fez uma ação que resultou em prisões por tráfico de drogas e retirada de armas das ruas. Com a Civil, a gente faz ações organizadas cumprindo mandados de prisão, com a Susepe pedimos revistas em presídios no intuito de desarticular essas organizações criminosas — reforça o comandante.
A partir da percepção do aumento no número de casos, em relação ao mesmo período do ano passado, Becker afirma que haverá a continuidade de ações mais estratégicas para realizar abordagens e prisões.
Além dos homicídios, o comandante relata a preocupação com o aumento dos crimes de violência doméstica e de feminicídio.
— Temos viaturas da Patrulha Maria da Penha e diariamente registramos ocorrências, é uma das mais atendidas no município. Estamos tentando fazer frente a esses conflitos e proteger as vítimas — explica, completando que ao longo de todo o ano de 2022, foram 1.012 registros deste tipo de crime, contra 1.046 deste ano.