A investigação sobre o pai suspeito de maltratar o filho com deficiência, em Canela, foi encerrada pela Polícia Civil, nesta terça-feira (25). O delegado responsável pelo caso, Ivanir Calieri, indiciou o homem por maus-tratos e constrangimento à criança e à outra filha, que presenciou a forma brusca e agressiva que o pai conduziu a cadeira de rodas.
A Justiça já havia afastado o homem do convívio familiar por 90 dias. A criança é cadeirante e tem paralisia cerebral. Segundo o delegado, a partir de agora, todo acompanhamento psicológico e a possibilidade ou não do retorno ao convívio familiar fica a cargo do Ministério Público e do Poder Judiciário. Em caso de descumprimento das medidas protetivas, o homem pode ser preso preventivamente.
Ainda nesta terça, pela manhã, a Polícia Civil ouviu os vizinhos da família. O caso foi denunciado pelos moradores do prédio, na noite de sábado (23), e registrado por vídeos de celular e imagens de câmera de segurança do condomínio.
O primeiro a ser escutado pelo delegado foi um vizinho de porta, que registrou as vozes do casal em uma discussão que teria durado por cerca de cinco minutos. Até aquele momento, ele não tinha conhecimento sobre imagens, em um elevador, do pai conduzindo a cadeira de rodas de forma brusca e agressiva. No depoimento, o vizinho afirma que, até a noite de sábado, nunca teria escutado gritos e brigas e que "acreditava que, até então, era uma família feliz".
A síndica do condomínio também depôs nesta terça. Ela comentou nunca ter ouvido qualquer indício de discussão ou violência. A síndica ainda fala que a família se mudou para o condomínio há pouco tempo.
Família se pronuncia em nota
O advogado de defesa da família, Paulo Malara, enviou à imprensa uma nota com o pronunciamento da mãe e do pai, nesta terça-feira. O texto inicia afirmando que, por determinação legal, o caso é sigiloso e que isso deve ser respeitado pela defesa.
Em seguida, ele destaca que a investigação da Polícia Civil não apontou lesão ou sinal de agressão no corpo do filho. E finaliza afirmando que aguarda as próximas determinações judiciais.