A Polícia Civil quer ouvir clientes do homem, 25 anos, preso em flagrante por vender supostos medicamentos para cura do câncer em Bento Gonçalves. Na casa do suspeito, onde acontecia a produção e embalagem do líquido comercializado como remédio, os policiais encontraram uma lista de possíveis clientes. Estas pessoas devem ser procuradas como testemunhas da investigação.
A prisão aconteceu na manhã de quinta-feira (3), em uma casa no distrito de São Valentim, quando os policiais investigavam uma tentativa de homicídio. Uma arma artesanal foi encontrada, mas o que preocupou mais foi a apreensão dos 200 frascos etiquetados como "cura do câncer".
— Não sabemos há quanto tempo ele produzia esses "medicamentos", até porque (a ação) decorreu de uma outra investigação. Um inquérito específico investigará esta venda de medicamentos sem autorização do órgão competente. Os produtos também serão enviados para perícia para descobrirmos do que são feitos. Possivelmente, são produtos naturais, mas não foi possível identificar quais — aponta o delegado Renato Nobre Bias.
Preliminarmente, a Polícia Civil relata que as vendas eram feitas pelo Facebook, por R$ 250 o frasco. A intenção de ouvir estes supostos clientes é justamente determinar a quanto tempo e como este crime era praticado. Quem foi enganado pode procurar a 1ª Delegacia de Polícia, pelo telefone (54) 3452-2500, para colaborar com as investigações.
Sobre os rótulos, o delegado Bias reforça que não apresentavam qualquer estudo ou certificação. Entretanto, possuíam a posologia, ou seja, a maneira de tomar o tal medicamento, o número de vezes e a quantidade a ser utilizada a cada dia. A principal indicação era para cura e combate ao câncer, mas também era listados outros propósitos.
— Alguns dos produtos era para tratamento de doenças variadas, inclusive para parar de fumar. Ele vendia por uma rede social, algo mais informal, mas que também acabava acessando essas vítimas que já estavam em um momento debilitado e procuravam qualquer tipo de tratamento.
A Polícia Civil apura se o suspeito também vendia o "medicamento" para outros municípios ou estados. Afinal, a venda acontecia pela internet. Conforme o delegado Bias, há informações sobre vídeos em que o suspeito aparece anunciando a venda do produto.
O homem, que não teve a identidade divulgada, foi autuado por vender produtos medicinais sem autorização do órgão competente. Se confirmado e condenado, a pena prevista é de 10 a 15 anos de reclusão, segundo o delegado Bias.