A Polícia Civil de Bento Gonçalves deverá indiciar o motorista que atropelou e matou o ciclista Eduardo Henrique Greggio, 36 anos, por homicídio com dolo eventual e embriaguez ao volante. Pelos indícios colhidos até o momento na investigação, o delegado Rodrigo Morale entende que o motorista de 39 anos, que não teve a identidade divulgada, assumiu o risco de matar alguém quando decidiu dirigir embriagado e em alta velocidade.
A intenção da 2ª Delegacia de Polícia é concluir o inquérito policial antes do final deste mês. Os investigadores aguardam pelo resposta das análises realizadas pelo Instituto Geral de Perícias (IGP).
— Analisamos imagens próximas do acidente em que aparece a caminhonete (Amarok do suspeito) e a intenção é determinar a velocidade que estava pouco antes do acidente. Acreditamos que estava acima da velocidade, mas dependemos desta prova técnica — explica o delegado Morale.
O chefe da 2º DP, em princípio, descarta que o suspeito estivesse realizando um racha contra um Porsche, como foi descrito inicialmente por uma testemunha. Esse segundo veículo aparece nas imagens, mas não teve constatada relação com o acidente. Por outro lado, a embriaguez aparenta ser uma questão consolidada para os investigadores.
— Há indícios de embriaguez, apesar dele (motorista) não ter feito bafômetro ou exame clínico. A prova testemunhal aponta que ele estava embriagado. Tudo indica que (o suspeito) estava dirigindo embriagado e perdeu o controle do veículo, o que causou o acidente.
Como foi o atropelamento
O acidente aconteceu no final da tarde de 20 de setembro, na Rua Arcindo Garbin, no bairro Fátima. Conforme o registro policial, uma testemunha relatou que a caminhonete Amarok passou em alta velocidade próximo a um Porsche. Logo depois, a mesma pessoa escutou o barulho de colisão e percebeu que havia acontecido um atropelamento.
Conforme o boletim de ocorrência, o motorista da Amarok prestou socorro à vitima e foi encaminhado a delegacia. Ele se recusou a fazer o teste do etilômetro ou o exame clínico. Um termo testemunhal de embriaguez ao volante foi registrado.
Na ocasião, o motorista optou por permanecer em silêncio, foi autuado por infração de trânsito, mas não foi preso em flagrante. Naquele momento, o caso foi registrado como lesão corporal.
O ciclista Greggio foi socorrido e ficou internado no Hospital Tacchini por três dias. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu na tarde de 23 de setembro.
Contraponto
O advogado Jader Marques se apresentou como representante do condutor da Amarok, que não teve a identidade divulgada. A defesa lamenta o acidente e reforça que o motorista prestou socorro, esperou a ambulância no local e está à disposição da autoridade policial para prestar as informações necessárias na investigação.
— O motorista nega integralmente a versão fantasiosa de embriaguez. Reiteramos que houve um terrível e lamentável acidente de trânsito que vitimou uma pessoa completamente inocente. Estamos empenhados em encaminhar toda a documentação necessária, para que a seguradora possa reembolsar a família dos prejuízos materiais. Também tentamos uma aproximação com os familiares para prestar todo e qualquer auxílio. Entendemos que, diante da dor, não há momento propício, mas seguiremos fazendo tudo da maneira mais correta possível — declarou Marques, que afirma aguardar a conclusão do inquérito policial.