A Polícia Civil investiga um incêndio criminoso que destruiu uma casa noturna de Guaporé. Quinze mulheres trabalhavam no local, na noite do último sábado (15), quando três homens chegaram e fingiram ser clientes. Em seguida, os suspeitos, armados com revólveres, pediram informações sobre a proprietária do estabelecimento, que não se encontrava no imóvel. Também não havia outros clientes no local.
Os homens, então, ordenaram que as mulheres levassem todos os colchões para a sala e, em seguida, atearam fogo nas espumas. Antes disso, alguns tiros foram disparados. Um deles acertou a mão de uma mulher, que recebeu atendimento médico. Durante a ação, ninguém ficou ferido com gravidade.
As testemunhas não sabem dizer como os homens fugiram do local, mas a hipótese é de que tenham saído a pé e pegado um carro nas proximidades.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Tiago Albuquerque, há indícios de que o crime tenha relação com a briga entre facções na cidade. Dias antes, no mesmo local, a Brigada Militar realizou uma operação, onde encontrou uma quantidade pequena de maconha. A suspeita da polícia é de que, no estabelecimento, ocorra tráfico de drogas.
Uma das hipóteses investigadas pela Polícia Civil é de que, ao descobrir sobre a apreensão e suposto comércio de entorpecentes no local, os criminosos tenham agido para intimidar a prática.
Onda de violência na cidade chama a atenção desde março deste ano
O delegado Tiago Albuquerque explica que dos sete homicídios ocorridos na cidade, até o momento, neste ano, pelo menos cinco tenham relação com a disputa entre facções ligadas ao tráfico de drogas no município. Ele diz que a onda de violência vem se agravando desde março.
— Este ano está um ano atípico até do ponto de vista do número de homicídios, que está bastante elevado. Isso começou a partir de março, quando tivemos notícia que uma facção de fora estava tentando tomar alguns pontos (de comércio de drogas) aqui e a facção local estava tentando resistir. Passaram a ocorrer homicídios, disparos de arma de fogo e incêndios em algumas residências. É uma forma de intimidar os outros — explica o delegado.
Na opinião do titular da delegacia de Guaporé, um dos fatores que desencadeou esta situação foi a interdição do presídio do município.
— Com esta interdição, muitos presos daqui começaram a ir para presídios maiores, de Bento Gonçalves, de Caxias. Nestes locais, formaram alguns vínculos e muitos deles acabaram migrando para outra facção. Aí quando retornaram, começaram a agir aqui — aponta Albuquerque.