Um imóvel que sedia dois estabelecimentos comerciais e a moradia de uma idosa de 82 anos, no bairro Pio X, em Caxias do Sul, está a mais de 24 horas sem abastecimento de energia elétrica. Segundo o proprietário de uma gráfica, que funciona no prédio localizado na Rua Mariana Prezzi, a situação foi desencadeada por um furto nos cabos que ficam próximos ao contador. O crime foi identificado por volta das 8h desta terça-feira (9) e, até o meio-dia desta quarta-feira (10), a energia ainda não tinha sido restabelecida.
— Isso está gerando um transtorno enorme para todos. Acionamos a RGE logo que percebemos e eles nos atenderam somente às 16h, um horário que até estava dentro do prazo estabelecido, mas fizeram o desligamento e orientaram que era de responsabilidade do proprietário do imóvel. Somente nesta manhã conseguimos o eletricista, que fez a manutenção e agora o prazo da RGE é para ligar até as 17h — afirma Eloir João Turqueti da Rocha, que depende da energia elétrica para a continuidade do serviço prestado na gráfica.
Ele mantém o negócio no bairro há mais de 20 anos e afirma que nunca tinha passado por situação parecida. A situação, que gera transtornos a ele, tem sido recorrente na cidade e região, com casos recentes como o do Parque Cinquentenário. No Pio X, a segurança tem sido motivo de preocupação para os moradores, que em muitos casos recorrem à Associação dos Moradores do Bairro (Amob). O presidente da entidade, Luciano Menegali, afirma que desde o final do ano passado vem percebendo um aumento nos relatos.
— Somente nos últimos 30 dias foram mais de 15 relatos. Principalmente relacionados a furtos em estabelecimentos comerciais, de onde são levados, além de eletrônicos, objetos metálicos, como a fiação elétrica, que é feita com cobre, e até mesmo cadeados — disse o presidente do bairro, que também figura entre os mais afetados pela onda de furtos de hidrômetros na cidade.
Segundo ele, soluções serão buscadas junto à Brigada Militar, em um encontro com representantes esta semana, e medidas como a contratação de monitoramento particular, de forma coletiva entre proprietários de estabelecimentos do bairro, também está sendo providenciada.
À reportagem da RBS TV, o tenente-coronel da Brigada Militar, Emerson Ubirajara de Souza, afirmou que esses furtos ocorrem, geralmente, à noite e que, por isso, estão sendo intensificadas ações de policiamento a fim de coibir este tipo de crime. Ainda segundo ele, uma patrulha foi destinada a este fim.
O prejuízo, na maioria dos casos, acaba ficando com as vítimas: no caso do imóvel do Pio X, a RGE orientou conserto por parte do proprietário, alegando que equipes identificaram defeitos internos. Em nota, a concessionária afirmou que "suas responsabilidades são de executar o reparo do ramal, que fica do poste da concessionária até a conexão com o poste do cliente, e de substituir o medidor de consumo, se necessário. A reposição dos cabos de energia que estão entre a conexão do poste do cliente até o medidor é de responsabilidade do próprio consumidor".
No caso dos hidrômetros, a reposição custa R$ 261,05 — um valor que, segundo o Samae, é repassado para o cliente. E também há casos de furtos de cadeados, que refletem na alta procura em uma ferragem do bairro Pio X. Segundo o proprietário, Flavio Macedo, é realizada constantemente a venda diária de cadeados padrão RGE e Samae (que permitem acesso pelas equipes que realizam a leitura de contadores e hidrômetros). Estes cadeados custam, segundo ele, cerca de 15% mais caros do que um cadeado convencional.