Moradores do bairro Cruzeiro, em Caxias do Sul, buscam uma solução para o antigo módulo da Brigada Militar (BM), que está abandonado e depredado. O prédio fica ao lado da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro e está sujo, pichado, com os vidros quebrados, fechaduras arrancadas e com a vegetação alta.
Conforme informações repassadas por Nelson Accioly Vieira Filho, presidente da Associação de Moradores do Bairro (Amob) do Cruzeiro, o terreno pertence ao município, mas o prédio foi construído pela comunidade no início dos anos 2000. Localizado na Avenida Hércules, a estrutura serviu como base da 3ª Companhia do 12° Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) em uma época que a BM buscava ter referências em diversos pontos da cidade. A estratégia foi abandonada em 2014 diante da redução do efetivo — que só piora com o passar dos anos e hoje tem uma defasagem de mais de 50% do número de PMs considerado ideal pela corporação. A justificativa, na época, foi de que era melhor ter os policiais se deslocando pelo bairro do que fixos em um prédio.
O prédio, então, foi devolvido à prefeitura, que cedeu o imóvel para a Amob, que, em 2017, usou a área como sede da associação. O local chegou a sediar aulas de música e foi emprestado para eventos da comunidade, como aniversários e chás de bebês. A ideia também era fazer uma horta comunitária com estudantes de uma das escolas do bairro Cruzeiro. Também havia o plano de cercar o terreno, o que não foi feito. O prédio parou de ser utilizado diante da pandemia de coronavírus e, com isso, passou a ser alvo de vândalos com pichações e vidros quebrados. A Amob, agora, busca apoio para reformar a estrutura. A comunidade, contrária à saída dos policiais, gostaria que o local servisse para algum serviço público.
— Levaram tudo há uns três meses: geladeira, mesa, bancos e até portas. Queremos voltar a utilizar o prédio e já conversei com diversos representantes da prefeitura, mas até agora não tive nenhuma resposta — garante o presidente da Amob Cruzeiro desde 2019.
A prefeitura, por meio da assessoria de imprensa, afirma que a segurança e a manutenção do imóvel são de responsabilidade dos moradores e que não tem recursos para ajudar na reestruturação do prédio.
Outro desejo antigo da comunidade seria o uso do prédio pela Guarda Municipal, o que daria segurança ao bairro. Esta possibilidade está descartada, afinal a corporação não tem efetivo suficiente para direcionar guardas para o local.
— Os moradores estão cobrando uma solução. É feio, é um prédio vandalizado que dá uma imagem errada do nosso bairro e cidade. Estamos buscando alternativas e teremos que nos unir aqui no bairro para arrumar — lamenta o presidente Vieira Filho.