A Polícia Civil de Bento Gonçalves investiga uma possível fraude envolvendo mais uma empresa de investimentos em criptomoedas. O suspeito é um empresário da Capital do Vinho que foi denunciado por diversos moradores no Rio de Janeiro. O grupo relata que investiu R$ 600 mil na empresa com a promessa de receber rendimentos de mais de 2%, mas que o líder do negócio sumiu com o dinheiro.
O relato se repetiu em um boletim de ocorrência registrado em Bento Gonçalves na semana passada. A vítima é uma mulher de 62 anos, que conta ter repassado R$ 4,5 mil para a empresa do suspeito. Recentemente, a idosa tentou reaver este dinheiro e não conseguiu mais contato com o empresário.
— Estamos investigando se é um estelionato, quando a vítima é ludibriada (por um golpista), ou se é um crime contra o sistema financeiro nacional, com este suspeito se passando por um banco. Buscamos documentos para verificar qual era a proposta (da empresa). Aparentemente, os valores eram exorbitantes e ele promete um juro muito alto em pouco tempo — afirma a delegada Maria Isabel Zerman Machado, da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP).
A investigação está em fase inicial e, por enquanto, o empresário ainda não foi notificado e não apresentou defesa. O seu nome e nem o da empresa foram divulgados pela polícia.
Extraoficialmente, o golpe parece ser bem maior. As informações vindas do Rio do Janeiro são de que o empresário de Bento Gonçalves se apresentava como presidente de uma empresa de compra e venda de criptomoedas. Por redes sociais, divulgava vídeos com promessas de grandes lucros. As movimentações financeiras eram feitas por aplicativos de celular. A empresa apresentada nos vídeos, no entanto, só existiu por menos de três meses: o CNPJ havia sido cadastrado em 26 de maio e foi encerrado ainda em julho.
A Polícia Civil, tanto gaúcha quanto carioca, orienta que todas as pessoas que fizeram negócios com esse empresário de Bento Gonçalves registrem boletim de ocorrência. Oficialmente não foi divulgado quantas vítimas já denunciaram a fraude.
O mercado de criptomoedas ainda não é regulamentado no Brasil. Nos últimos anos, diversas empresas que prometiam grandes lucros neste novo investimento acabaram envolvidas em investigações por fraude. Um dos exemplos de maior repercussão foi a Operação Egypto, em que milhares de moradores da Serra perderam mais de R$ 120 milhões.