Suzana de Oliveira Giasson, 40 anos, denunciou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por omissão de socorro, à mãe dela, Maria Noeci Rosa de Oliveira, 71 anos, que morreu no último dia 30, em Caxias do Sul. Ela procurou a Polícia Civil por volta das 21h desta terça-feira (3) para registrar ocorrência contra o serviço.
De acordo com Suzana, o Samu teria negado atendimento para a mãe dela, na última quinta-feira (29), e a falta de socorro teria agravado os problemas de saúde da idosa, que morreu no Hospital Geral, no dia seguinte. No boletim de ocorrência, ela contou que Maria Noeci se queixou de dor de estômago e disse que não conseguia se levantar. Então, a filha ligou para o Samu solicitando socorro. O atendente teria dito que o caso não era grave e, como ela havia deitado na cama, poderiam colocar a idosa em um carro e levá-la para o hospital. Em seguida, teria desligado o telefone.
Ao chegar a casa da mãe dela, Suzana diz ter ligado novamente para o Samu e implorado ao atendente que enviasse socorro porque a idosa estava mal. Na versão dela, a resposta foi que a ambulância não seria mandada, porque o caso não era urgente e, mais uma vez, o telefone foi desligado.
Suzana contou ainda que durante aquela noite a mãe dela teve mais complicações e que a família precisava de ajuda para levá-la até o hospital. Por isso, ligou mais novamente para o serviço, por volta das 16h30min do dia 30. Desta vez, o Samu enviou uma ambulância comum para atender a idosa. Segundo ela, os atendentes prestaram os primeiros socorros e, então, perceberam que seria necessário acionar uma ambulância com UTI Móvel. Conforme Suzana, o Samu pediu a família para esperar a outra ambulância em frente à Marcopolo do Planalto, bairro onde eles moram.
Suzana afirma que quando a ambulância chegou a mãe dela começou a ter paradas cardíacas. No hospital, teve outras complicações e paradas cardíacas, e não resistiu. Maria Noeci morreu por volta das 20h50min do dia 30.
Contraponto
Por nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caxias respondeu que, segundo registros do Samu, a usuária acionou o serviço no dia 29 de agosto às 23h09. Nesta ocasião, relatou que a mãe apresentava vômito desde o período da tarde e dificuldade para caminhar há dias. O médico regulador, conforme a secretaria, orientou que a usuária levasse a paciente para uma avaliação médica. De acordo com a pasta, a ambulância não foi enviada porque, pelos sintomas descritos pela usuária, naquele momento, não se tratava de uma situação de urgência, com risco iminente de morte, casos em que o Samu presta atendimento.
No dia seguinte, em 30 de agosto, passadas quase 18 horas desde o o primeiro contato, por volta das 16h40min, a usuária acionou novamente o Samu. Pelo relato, a equipe constatou tratar-se de um caso de urgência. Imediatamente, diz a nota, a ambulância do serviço foi enviada para socorrer a paciente.
O Samu reiterou ainda que os atendimentos foram prestados seguindo os protocolos de saúde que regram o serviço e com o devido zelo e cuidado à vida.
Quanto ao registro da ocorrência policial, a Secretaria Municipal da Saúde se colocou à disposição das autoridades para auxiliar no esclarecimento dos fatos.
Leia também
Fim da jornada de trabalho e descontos na tarifa: confira o que mudará nos táxis em Caxias
Projeto de lei aprovado em Gramado prevê multa a empresas por fios sem uso em postes