Correção: Na sentença original, foi escrito que Farioli foi condenado à pena total de 27 anos, quatro meses e 13 dias de reclusão, o que foi divulgado na época. Dias depois, o próprio juiz Emerson Jardim Kaminski apontou um "erro material verificado no dispositivo da sentença" e corrigiu para uma pena total de 29 anos de reclusão. A informação errada permaneceu publicada de 21 de fevereiro de 2019 até 4 de fevereiro de 2020.
Seis meses após o crime, o estudante de Direito Marcelo Daniel Farioli, 44 anos, foi condenado a 29 de reclusão por assaltar, estuprar e extorquir uma universitária de 26 anos. O caso teve grande repercussão pela gravidade e pelo criminoso ter raptado sua vítima no estacionamento da Universidade de Caxias do Sul (UCS). A Defensoria Pública, que representa o réu, apelou da sentença, proferida no dia 11 de fevereiro.
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Em seu depoimento, o réu confessou ter levado o Sandero e outros pertences da vítima, contudo relatou como se fosse um furto. Farioli conta que, naquele dia, foi até a UCS para pedir dinheiro emprestado a uma professora, pois havia contraído uma dívida com uma facção quando ficou preso por receptação de motocicletas. Após não encontrar a professora, o réu alega que pediu uma carona para a vítima, que conhecia de eventos na UCS.
Em sua versão, Farioli alega que ambos consumiram maconha e fizeram sexo consensual. Para tentar enganar a vítima e conseguir o dinheiro para sua dívida, o réu inventou que poderia conseguir mais um quilo de maconha, mas precisava do dinheiro. Este seria, segundo Farioli, o motivo da ligação da vítima para o pai naquela noite. Como o golpe não teve sucesso, o réu afirma que convenceu a vítima a desembarcar e fugiu levando o Sandero, celular e outros pertences da estudante.
Para o juiz Emerson Kaminski, esta versão de que acusado e vítima se conheciam não se mostra "razoável ou plausível", tendo em vista que a polícia investigativa somente chegou ao autor do fato após encontrar a residência com ajuda do localizador do celular da vítima. Outro ponto seriam as visíveis sequelas emocionais provocadas pela ação criminosa na universitária.
Farioli está preso preventivamente desde o dia 6 de julho de 2018. Após um tempo recolhido no isolamento da Penitenciária Estadual do Apanhador, ele foi transferido para o Presídio Estadual de Bento Gonçalves no dia 21 de novembro.
Relembre o crime
A estudante foi rendida no estacionamento do Bloco L da UCS, por volta das 19h30min do dia 2 de julho de 2018, quando embarcava em um Sandero. Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), o primeiro crime foi o roubo majorado. Farioli teria utilizado um revólver para obrigar sua vítima a dirigir até um local ermo no bairro São Luiz da 6ª Légua.
Com a estudante como refém, Farioli teria praticado outros dois crimes: o estupro e uma extorsão mediante sequestro. O criminoso obrigou a vítima ligar para um familiar e inventar uma dívida para conseguir R$ 2 mil. Segundo apuração da Polícia Civil, a vítima ficou duas horas na mira do revólver de Farioli. Na sequência, a mulher foi abandonada na localidade de São Braz, depois de ter o carro levado pelo suspeito.
No dia seguinte ao crime, o Sandero da vítima foi encontrado pela Brigada Militar no bairro Cruzeiro. Quatro dias após o roubo com estupro, Farioli foi preso na casa em que morava _ cerca de um quilômetro de onde o carro da vítima foi recuperado. Nas buscas, foram encontrados o notebook, a carteira de habilitação e o celular levados da vítima, além de uma espingarda e uma motocicleta furtada, implicando no indiciamento de Farioli também por posse irregular de arma de fogo e receptação. Na sequência, o investigado também foi reconhecido pela vítima.