Membros da Brigada Militar (BM) da Serra amanheceram revoltados com a informação de que dois policiais estavam entre os quatro assaltantes que atuaram em Mato Perso, interior de Flores da Cunha, na terça-feira. Na noite da quarta-feira, um deles foi morto e outro detido em confronto com a BM. Um deles estava afastado da corporação.
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Christian Roman Marinho, morto na operação, trabalhava em Canela há pelo menos dois anos. Ele foi afastado por problemas médicos há cerca de um mês. Ele entrou para a BM em 2009 com formação pelo município de Alvorada, base onde ainda trabalhava o brigadiano detido pela participação na operação.
— É decepcionante, é frustrante. Um brigadiano que está aí para servir a comunidade e protegê-la do mal escolher o caminho do mal. Ele colheu a consequência por ter escolhido esse caminho, já que acabou travando confronto armado com os próprios colegas dele — afirma o coronel Ricardo Fraga Cardoso, responsável pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) na Serra.
Todos os criminosos estavam vestidos com uniformes da BM, possivelmente cedidos pelos brigadianos envolvidos na ocorrência. As armas usadas pelos criminosos não são da corporação, afirma o coronel.
— Não é um calibre permitido na corporação. A BM não usa pistola de calibre .9mm, além do policial entregar a arma quando é afastado — argumenta Cardoso.
Segundo o comandante, são raras situações em que membros da BM são protagonistas de ocorrências como esta.
— É um desvio de conduta, e tenho certeza que este lado negativo dele não aflorou dentro da BM. Ele aproveitou a possibilidade de se esconder dentro da farda militar, de ter um porte de arma e de ter viaturas para facilitar o crime —avalia.