Iniciou na tarde desta segunda-feira o acolhimento a moradores de rua de Caxias do Sul nos Pavilhões da Festa da Uva, uma força-tarefa da Fundação de Assistência Social (FAS), secretarias municipais de Habitação e de Segurança Pública e Proteção Social e Defesa Civil, em parceria com o Exército, durante a pandemia do Coronavírus.
Desde as primeiras horas do dia, algumas pessoas já se encontravam em frente aos portões de entrada, para garantir o abrigo, que iniciará à tarde. O secretário de Segurança Pública e Proteção Social, Hernest Junior, contudo, garante que não irá faltar vagas. O titular ressalta que, para evitar aglomerações maiores, conforme a adesão venha a crescer, há outros espaços da cidade que podem servir de abrigos temporários:
- Teríamos espaço nos Pavilhões para atender a totalidade de moradores de rua de Caxias, mas o ideal, se necessário, será distribuí-los. O CTG Rincão da Lealdade ofereceu sua sede, o Juventude disponibilizou o Centro de Treinamentos. Também temos locais como o Enxutão e o Vascão (ginásios de esportes), que podem servir como abrigos temporários. A gente acredita, no entanto, que boa parte dessas pessoas irão procurar as suas famílias e voltar para casa nesse momento.
A FAS estima que haja 740 pessoas em situação de rua atualmente em Caxias. Coordenadora da entidade, Marlês Sebben destaca que esta população está informada e consciente da importância do confinamento, que é a opção mais segura para esse momento:
- É uma abordagem que estamos fazendo já há algum tempo, durante o café da manhã servido no Centro Pop Rua. Eles estão conscientes de que, uma vez que entrarem, não poderão sair até o final deste período de resguardo. Além de mantê-los abrigados e em boa condição de higiene, no confinamento é possível controlar para que não haja aglomeração, mantendo-os em espaços dentro das devidas recomendações de segurança e permitindo caminhadas dentro do ambiente dos Pavilhões.
Para facilitar a adesão, a prefeitura irá fazer um canil para que as pessoas possam levar seus animais, e também um espaço para que deixem suas carrocinhas, já que muitos são catadores.
No abrigo, os abrigados irão receber kit de higiene, café da manhã (oferecido por uma empresa), frutas (fornecidas pelo Banco de Alimentos) e demais refeições (oferecidas pelo restaurante popular). Os alojamentos são separados por lonas, com quatro camas em cada espaço, feitas de pallets. A prefeitura recebeu a doação de mil colchões da Igreja Universal. A Defesa Civil suspendeu o recebimento de roupas e alimentos, e pede agora o foco em doações de materiais de higiene pessoal e, principalmente, de toalhas.
- É fundamental que a gente tenha mais toalhas, para que não seja preciso reutilizá-las. Também há necessidade de produtor como absorvente, escova de dentes, shampoo e álcool em gel. Mas também é muito importante implorar para que as pessoas não venham até aqui com doações, como muitos fizeram pela manhã - pede o secretário.
Interessados em fazer doações devem entrar em contato com a Defefa Civil, pelo telefone (54) 98404.0778. O órgão faz o agendamento e busca os donativos, para que as pessoas não precisem sair de casa.