Em tempos de campanhas eleitorais com menos recursos financeiros e com o teto de gastos, a maioria dos candidatos evitou investimentos extravagantes na eleição deste ano. Para moderar, o teto de gastos para as campanhas para o cargo de deputado federal foi fixado em R$ 2,5 milhões. E, no caso dos candidatos a deputado estadual, o valor máximo a ser gasto foi de R$ 1 milhão.
O Pioneiro calculou o "custo do voto" de 11 candidatos que concorreram a deputado federal e 18 a estadual pela região. É um valor simbólico e ilustrativo que reproduz o retorno, em número de votos, do total de recursos declarados aplicados na campanha. O cálculo do custo de um voto é realizado dividindo-se o valor dos gastos declarado à Justiça Eleitoral pelo número de votos obtido.
Na Serra, as duas piores relações de custo-benefício estão no MDB. O candidato a deputado estadual Carlos Búrigo investiu R$ 659.980,40 na campanha e obteve 34.322 votos. Isto é, a cada R$ 19,22 bastos na campanha houve a conquista de uma voto. Mauro Pereira teve um desempenho ruim para a Câmara. Ele informou à Justiça que teve R$ 383.583,30 em despesas contratadas e recebeu 23.623 votos. Para cada R$ 16,23 investidos, houve o retorno de um voto.
Outros dois nomes da Serra tiveram o "custo do voto" acima dos R$ 10. Candidato à reeleição, o deputado estadual João Reinelli (PSD) investiu R$ 105.498,40 na campanha, mas ficou de fora da próxima legislatura. Ele conquistou 7.570 votos, ou um “custo” de R$ 13,93 por voto. O vereador caxiense Edson da Rosa (MDB) utilizou R$ 111.250,97 na campanha e obteve 10.342 votos – a cada R$ 10,75 investidos havia o retorno de um voto.
Os quatro eleitos
Fran Somenzi (PRB), de Farroupilha, foi quem teve o maior "custo" do voto. Ela investiu R$ 46.263,13 e conquistou 15.404 votos – o que significa o retorno de um voto a cada R$ 3 investidos. Em segundo ficou o deputado federal Pepe Vargas (PT), eleito para a Assembleia. O petista gastou R$ 106.878,07 e obteve 38.798 votos. Isto é, para cada R$ 2,75 investidos, conquistou um voto.
Eleito com a maior votação na região, Elton Weber (PSB) gastou R$ 71.825,09 e conquistou 55.645 votos. Essa relação favorável jogou para baixo, a R$ 1,29, o investimento para conquistar cada voto. O melhor custo-benefício ficou com Neri, O Carteiro (Solidariedade). Ele declarou à Justiça um gasto de R$ 9.709 e recebeu 27.808 votos. Ficou com o segundo melhor retorno para o valor investido na campanha entre os candidatos pesquisados pelo Pioneiro: R$ 0,34 por cada voto.