A transferência do autor confesso do rapto, estupro e morte da menina Naiara Soares Gomes, sete anos, para o Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre, é uma medida temporária. Segundo a direção do presídio da Região Metropolitana, local onde Juliano Vieira Pimentel de Souza, 31, está recolhido temporariamente desde o dia 22 de março (ele foi preso em Caxias no dia 21 de março), trata-se de um procedimento preventivo.
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Ou seja, Souza está sendo submetido a uma série de exames psiquiátricos para avaliar que tipo de comportamento ele pode apresentar durante o período em que permanecerá isolado dos demais presos. Outra ideia é avaliar se haveria condições, no futuro, de ele ser colocado entre a massa carcerária. Atualmente e por prazo indefinido, Souza seguirá sempre mantido numa cela onde os outros apenados não têm acesso por razões de segurança.
Até a última quinta-feira, 30 de março, o homem mantinha uma rotina normal dentro da cadeia. Após a avaliação no IPF, Souza será transferido novamente para o presídio, o que pode ocorrer ainda nesta semana. A decisão de levá-lo para uma avaliação psiquiátrica partiu do setor técnico da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
A Defensoria Pública do Estado ainda não foi notificada sobre o caso Naiara, o que só deve ocorrer após a denúncia de Souza, por parte do Ministério Público, se ele for, de fato, denunciado.
Ocorrendo a denúncia, a Defensoria explica que Souza terá prazo de 10 dias para constituir um advogado ou pedir um defensor público e que, se não fizer nem uma coisa nem outra, a Justiça nomeará um defensor público para representá-lo. Por enquanto, ele permanece sem defesa constituída.
Investigação
Um dos últimos passos necessários para a conclusão do inquérito sobre o rapto e assassinato de Naiara confirmou que a menina morreu asfixiada. O laudo é condizente com o depoimento de Souza. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) pretende finalizar o inquérito até sexta-feira.
De acordo com o delegado Caio Márcio Fernandes, responsável pela investigação, o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) apontou que morte da criança foi causada por asfixia mecânica e uma fratura na cervical. Em depoimento, Souza havia relatado que, durante o estupro, pressionou a mão contra a boca e o nariz de Naiara. Após o recebimento da necropsia, a DPCA aguarda apenas pelas perícias nos locais do crime. O delegado Fernandes, porém, afirma que as pendências são apenas complementares e o inquérito deverá ser concluído no prazo estipulado.