Após o ataque de um atirador durante a saída dos alunos Escola Municipal de Ensino Fundamental Luciano Corsetti, no bairro Kayser, na região sul de Caxias, na última quinta-feira, a segurança deve ser reforçada na instituição. Mesmo que o alvo não tenha sido os alunos – a Brigada Militar acredita que foi uma emboscada ao homem de 33 anos baleado na ação – duas meninas de seis anos, estudantes do 1º ano da escola, acabaram sendo atingidas, uma delas com gravidade.
Diante disso, a direção disse ainda que na segunda-feira pela manhã a Secretaria de Educação traçará estratégias para melhorar a segurança dos estudantes e comunidade escolar. Atualmente, o prédio tem câmeras de monitoramento, mas as imagens seriam de baixa qualidade e, conforme a direção, não atingiriam o local onde houve o ataque.
– A escola se preocupa com a segurança. É um volume muito grande de crianças e pais em uma rua estreita. São 550 alunos que saem naquele horário à tarde, mais os pais, calculamos em torno de quase mil pessoas. É bastante movimento na saída. Acreditamos que a necessidade das escolas é de ter um Guarda Municipal. Não imaginamos outra forma de agir – disse a diretora Taísa Mano.
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A fisioterapeuta Juliana Melatti, 30 anos, estava na escola quando ocorreu o ataque. Ela esperava o filho de 8 anos sair da aula para levá-lo para casa. Uma medida de segurança que faz questão de manter. Junto dela, no lado de dentro do grande portão azul, na Travessa Santa Maria, pelo qual entram e saem as crianças, diariamente, outros pais aguardavam pelos filhos. De repente, eles ouviram o som de tiros.
– A gente ouviu os disparos. Tinha eu e mais alguns pais na escola, e ficamos com medo. Até porque começou uma correria e aquele barulho de tiro e não sabíamos o que estava acontecendo. Meu filho veio na minha direção. Ele estava assustado, naturalmente, e, em seguida, quando íamos para a saída, um rapaz entrou com a menina no colo, aquela que levou o tiro na região abdominal. Acomodamos ela para que ficasse mais confortável até vim o socorro. Assim que saí da escola a polícia já estava lá, cercando tudo, e, em seguida, chegou o Samu. Só que foi apavorante porque o turno da tarde só tem crianças pequenas... Meu Deus, não tem lugar para isso acontecer mas, justamente, numa escola? Foi o que apavorou mais ainda – relatou Juliana.
Uma das preocupações da fisioterapeuta é quanto a segurança das crianças, já que, segundo ela, "o portão fica aberto e qualquer pessoa tem acesso ao local".
– A gente sempre questiona a escola em relação a isso, e o problema é sempre que não tem verba para que as coisas sejam diferentes. Além disso, tem um pessoal que fica por ali no entorno da escola rondando. Já vimos brigas e situações que acabam trazendo essa sensação de insegurança – disse Juliana.
A direção da escola disse que o portão não fica aberto o tempo todo, que é aberto em torno das 13h para que as crianças tenham acesso. À tardinha, a abertura é às 17h25min para os pais entrarem e localizarem os filhos do 1º ano. E que a saída da maioria das crianças é 17h30min.