Próximo à data em que a intervenção no Hospital Arcanjo São Miguel completaria dois anos, a prefeitura de Gramado decidiu prorrogar por mais seis meses a medida administrativa. O novo decreto, do último dia 16, estabelece que a gestão da instituição segue com o município até 22 de agosto.
O hospital está sob intervenção desde 29 de fevereiro de 2016. Na época, a justificativa foi a necessidade de manter serviços e melhorar a estrutura. Operando com déficit, o hospital corria o risco de ter atendimentos encerrados, inclusive da UTI. Agora, o secretário da Saúde, João Teixeira, diz que a renovação da medida visa à solução de três problemas ainda pendentes.
Um deles é a adequação do prédio para receber o alvará de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI). O documento está vencido desde meados de 2017. O outro ponto envolve a ampliação do bloco cirúrgico. O município tenta mais recursos para o caixa do hospital junto ao Ministério da Saúde, o que possibilitaria a obra.
A terceira situação é referente ao contrato com o município de Nova Petrópolis para atender casos de urgência e emergência na área de traumatologia e ortopedia. Conforme Teixeira, um acordo precisa ser feito para que o hospital receba cerca de R$ 40 mil referentes a atendimentos já prestados, mas que não foram cobertos adequadamente pelo contrato anterior.
Segundo o secretário, 80% dos apontamentos feitos em um relatório que embasou a intervenção em 2016 já foram resolvidos. Melhorias foram feitas especialmente na compra de novos equipamentos. Teixeira explica que o déficit reduziu de cerca de R$ 300 mil por mês para aproximadamente R$ 100 mil. Atualmente, as verbas públicas destinadas ao hospital somam cerca de R$ 1,1 milhão por mês. Porém, R$ 127 mil da verba federal – de R$ 400 mil – são descontados para o pagamento de um empréstimo na compra do prédio. A Associação Franciscana é a dona do imóvel.
Após a intervenção, essa entidade filantrópica pode retomar a administração do hospital. Mas, conforme o secretário, existe ainda a possibilidade do prédio ser vendido pela associação. Uma terceira opção seria a desapropriação da área pelo município. O valor, segundo Teixeira, ainda está indefinido e teria de ser discutido judicialmente.