O roubo de 60 armas de airsoft de uma loja de Vila Cristina, na noite de sábado, intriga a polícia de Caxias do Sul. O relato das vítimas aponta que o crime foi premeditado. Projetados para serem idênticos a fuzis e metralhadoras, os modelos roubados são usados em competições esportivas: feita de nylon, a munição não é letal. Contudo, bandidos podem se aproveitar da semelhança com armamentos de fogo para amedrontar vítimas.
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Proprietário do Celeiro das Armas há 25 anos, Luis Antônio Incerti, 59 anos, aponta que os criminosos estavam organizados, conheciam a loja e foram agressivos com seu filho, Eduardo. O rapaz foi agredido com chutes e coronhadas e sofreu um corte na cabeça. Os bandidos não perguntaram por dinheiro, queriam só as armas.
– São praticamente iguais, inclusive no peso e modelo. Só é possível reconhecer pelo registro e a ponteira laranja, que identifica os modelos airsoft. Retirar esta ponteira é um crime, justamente porque não dá para diferenciar. O proprietário responde processo por porte ilegal de arma da mesma forma que (no flagrante) com as originais – aponta o comerciante.
O roubo preocupa a Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil, que consideram a possibilidade das armas de airsoft serem usadas em crimes.
– Mesmo nós (policiais), não temos como identificar se é uma arma letal ou não. Apreensão de simulacros são comuns, mas não deste tipo de arma longa. Lembro apenas de uma abordagem em Flores da Cunha (em fevereiro de 2012, quando foi aprendida uma réplica de fuzil). Naquela ocasião, em um primeiro momento, os policiais acreditaram se tratar de uma arma verdadeira – major Jorge Emerson Ribas, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM).
O armeiro Vanderlei Luis Gasperin diz que não é possível adaptar os modelos para transformá-los em armas letais.
– Todo mecanismo é de antimônio (um metal barato) e não tem resistência para a explosão de um projétil. O modelo se despedaçaria – explica Gasperin.
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