A sensação de insegurança sentida pela população de Caxias do Sul tem fundamento: em 2016, houve aumento nos seis principais crimes registrados na cidade. Os números comparativos com 2015 foram divulgados na manhã desta quinta-feira pelo 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) e apontam crescimento nas ocorrências de roubo a pedestre, roubo a estabelecimentos comercias, roubo de veículos, assaltos a residências e a ônibus do transporte coletivo, além do recorde de assassinatos.
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Conforme o capitão Márcio Leandro da Silva, que apresentou as estatísticas, o aumento se deve, principalmente, a crise financeira que afetou diversas cidades do país.
– Os números da criminalidade são reflexos do que a cidade vive, sem contar que muitos crimes são por oportunidade. A gente tenta evitar comparar um ano com outro, porque são realidades diferentes vividas em cada um deles. O que a cidade enfrentou em 2015 é diferente do que aconteceu em 2016. Porém, estes crimes são os que mais nos preocupam e os que estão na nossa linha de frente sempre – afirma o capitão.
Para o comandante interino do 12º BPM, major Emerson Ubirajara, também não se pode apenas analisar os números.
– Não podemos pegar só a questão de policiamento para colocar como motivo para a elevação destes dados. Outros fatores influenciam nos delitos como, por exemplo, o sentimento de impunidade, a crise econômica e etc. Tudo colabora com o aumento das estatísticas policias – reitera o major.
Apesar desses fatores e mesmo enfrentando problemas como o corte de horas extras, o parcelamento de salários e o baixo efetivo, por exemplo, a Brigada Militar (BM) tem feito o possível para garantir a segurança da população. Em 2016, foram 3.757 prisões realizadas em Caxias do Sul. Além disso, 40.758 pessoas foram abordadas e 17.985 veículos averiguados, em diversos tipos de ações. Destas prisões, 83,7% tiveram a participação do setor de inteligência da BM.
– Nós desenvolvemos estratégias o ano inteiro. Temos a obrigação de retirar as armas e as drogas das ruas, de prender foragidos, além de fazer o policiamento ostensivo com abordagens rotineiras. Mas alguns crimes, como é o caso do homicídio que bateu recordes em 2016, as causas vão além de uma questão de policiamento – afirma Ubirajara.
CONFIRA OS NÚMEROS
Roubo a pedestres - 2015: 1.590 / 2016: 1.913
Roubo a transporte coletivo - 2015: 189 / 2016: 234
Roubo de veículos - 2015: 734 / 2016: 1.001
Roubo a estabelecimentos comerciais - 2015: 583 / 2016: 634
Roubo a residência - 2015: 85 / 2016: 104
Assassinatos - 2015: 112 / 2016: 149