A chegada das temperaturas mais altas volta a acender o alerta para o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. Como a circulação do inseto é intensificada em função da combinação do clima mais quente e chuvas, os 50 agentes endêmicos da prefeitura de Caxias aumentam o número de visitas em domicílios, cerca de 20 por dia, e em pontos estratégicos.
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Também para evitar a proliferação do mosquito, que se reproduz em locais com água parada, nos meses de outubro e novembro está prevista a realização do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa).
– Por determinação do Ministério da Saúde, são sorteados quarteirões de alguns bairros e, depois, 20% dos imóveis daquele quarteirão recebem os agentes. A nossa ideia é visitar 6.100 imóveis em uma semana e verificar qual o índice de infestação na cidade – explica a médica veterinária da Vigilância Ambiental, Delvair Zortea da Silva.
O LIRAa foi realizado em novembro do ano passado e em abril deste ano em Caxias. No resultado mais recente, foi encontrado um foco no Fátima, o que gerou mais ações de combate naquele bairro, como o aumento no número de visitas aos domicílios. Delvair também afirma que o monitoramento dos pontos estratégicos, como cemitérios e borracharias, recebe atenção especial a partir de agora, com a visitação de agentes a cada 15 dias. Nos imóveis abandonados e naqueles em que o proprietário não está presente no momento da vistoria, os agentes deixam um termo de notificação, com orientações que devem ser tomadas para evitar a proliferação do Aedes aegypti.
– Hoje, o maior desafio é fazer as pessoas agirem contra o mosquito, já que informação todo mundo tem. Desde o início do ano encontramos 23 mil larvas de mosquito em Caxias, sendo que 57 são de Aedes aegypti. Isso é importante, não dá para parar de se preocupar – alerta Delvair.
O que é o zika vírus
Uma doença viral aguda, transmitida principalmente por mosquitos, tais como Aedes aegypti.
Sintomas e transmissão
* Febre de 37°C a 38°C e vermelhidão nos olhos, semelhante a conjuntivite.n Manchas avermelhadas nos braços e no tronco, sempre com coceira.
* Dor leve nas articulações.n Em 80% dos casos, a pessoa é contaminada com o vírus mas não tem sintomas.n O tratamento é semelhante ao da dengue. Como não há remédios específicos, antivirais são usados para tratar os sintomas.
* A infecção dura de dois a três dias antes dos sintomas e, após os primeiros indícios, o vírus morre em até sete dias.
Como combater
* Não deixe água acumulada.n Vire todas as garrafas com a boca para baixo, evitando o acúmulo de água dentro delas.n Feche bem o saco de lixo e deixe-o fora do alcance de animais.
* Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.n Mantenha a caixa d'água bem fechada.
* Coloque no lixo todo objeto não utilizado que possa acumular água.n Mantenha bem tampados tonéis e barris d'água.
* Troque a água dos vasos de plantas aquáticas e lave-os com escova, água e sabão uma vez.
* Encha de areia até a borda os pratos das plantas ou lave-os semanalmente com escova.
* Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada.n Lave semanalmente por dentro com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água.
* Lave por dentro com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa.
Casos de chikungunya e zika vírus
Até 1° de outubro, a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ªCRS) registrou oito caso de febre de chikungunya e nove de zika vírus na região: Bento Gonçalves teve um caso de febre de chikungunya e um caso de zika vírus; Bom Jesus teve um de zika; Campestre da Serra teve um de chikungunya; Caxias do Sul teve três de chikungunya e um de zika vírus; Farroupilha teve dois de zika; Flores da Cunha, Garibaldi, Guaporé e Vila Flores teve, cada uma, uma de zika vírus; Pinto Bandeira teve um de zika vírus e Vacaria teve dois casos.