Apresentado como "o homem que devolveu a sensação de segurança no Rio de Janeiro", o secretário estadual José Mariano Beltrame foi a principal atração na manhã desta quinta-feira no 6º Fórum de Tecnologia e Inovação na Segurança Pública, que ocorre em Gramado paralelamente a Reunião Ordinária do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública. Beltrame desafiou os presentes a explicarem qual é o Plano Nacional de Segurança Pública de uma forma sucinta concreta, sem recorrer a subterfúgios para dificultar a compreensão pelo povo.
– Não há um plano nacional. Não venceremos o problema de segurança pública enquanto as causas não forem enfrentadas e resolvidas. São problemas sociais e do crescimento urbano desordenado. Trabalhar a juventude é um dever municipal – resume.
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Beltrame lembrou os 60 mil assassinatos que ocorrem por ano no Brasil, conforme divulgado no último Mapa da Violência, e se diz perplexo pela falta de reação. Para comparar, o secretário do Rio de Janeiro lembrou a tragédia do World Trade Center, ocorrida nos Estados Unidos em 2011, e que causou comoção no mundo inteiro.
– No Brasil, caem seis Torres Gêmeas por ano. O dado brasileiro é seis vezes maior e não há uma mobilização.
Na opinião de Beltrame, a origem desta crise na segurança pública brasileira teve início ainda na elaboração da Constituição, em 1988.
– Naquela época, segurança era sinônimo de autoritarismo e por isso um tema evitado. Hoje, 30 anos depois, é primeiro lugar nos discursos dos candidatos (nas eleições) – aponta.
Crise gaúcha
Natural de Santa Maria, Beltrame foi cogitado mais de uma vez para assumir a Secretaria de Segurança no Rio Grande do Sul. O delegado da Polícia Federal afirma que a primeira medida para enfrentar este momento conturbado é a apresentação de uma política pública ativa e transparente para a população.
– A primeira coisa que se tem de fazer, seja pelo governador ou pelo secretário que chegar, é um diagnóstico e mostrar um plano para a sociedade. Mostrar a situação em que a sociedade se encontra, que a situação é difícil, mas que há um plano. Quando cheguei no Rio de Janeiro, nós tínhamos 41 homicídios para cada 100 mil pessoas. Hoje, nós temos 19. Era uma situação muito difícil. Mas apresentamos um plano.