Concluída em 2014, a estrutura que irá abrigar a Unidade de Pronto-Atendimento da Zona Norte tem sido ocupada 24 horas por dia. Não pelos 300 pacientes que ela deveria atender diariamente, mas sim por quatro guardas municipais que se revezam para garantir a segurança do prédio. Sem recursos para pôr _ e principalmente manter _ o serviço em funcionamento, a prefeitura segue sem previsão para inaugurar o serviço e pede apoio do Ministério Público para encontrar uma solução.
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Na tarde de terça-feira, a secretária municipal de Saúde, Dilma Tessari, acompanhou a reportagem do Pioneiro em uma visita pelo prédio erguido no bairro Centenário II, cujo custo, dividido entre a prefeitura e o governo federal, beira R$ 3, 6 milhões. Espalhadas pelas salas amplas e muito bem arejadas, restam centenas de caixas onde estão praticamente todo o equipamento e mobiliário necessário, desde camas e macas até telefones e lixeiras. Apenas o aparelho de Raio X ainda não chegou. Com todos os alvarás necessários para a abertura já obtidos, o fator que emperra a contratação de médicos, enfermeiros e o restante da equipe é financeiro.
_ A não abertura se deve ao custeio. O custo mensal que estimamos girava em torno de R$ 1, 6 milhão por mês, e se tornou inviável pela forma como a crise econômica atingiu o município. Para piorar, os orçamentos que temos feito com as organizações sociais interessadas em fazer a gestão da UPA têm sido ainda mais altos, batendo em R$ 1,8 milhão. Contamos com repasses da União e do Estado, mas que correspondem a R$ 850 mil, metade do valor necessário. Na situação atual, não temos como inaugurar _ afirma a secretária.
Em maio, os ministérios públicos Federal e Estadual emitiram uma recomendação à prefeitura, para que a unidade fosse aberta em até 120 dias. Diante do não cumprimento do prazo até setembro, os órgãos fiscalizadores solicitaram uma audiência, que deve ocorrer nas próximas semanas. Dilma acredita que será um encontro propositivo:
_ Estamos com uma expectativa importante para essa audiência, porque entendemos que os dois órgãos estão comprometidos em nos ajudar a buscar soluções e têm poder de decisão para isso. Estamos muito preocupados porque, principalmente de dois meses pra cá, a demanda de atendimento no Postão aumentou muito, e a UPA ajudaria a dividir isso com qualidade. Principalmente por isso, a abertura do serviço é uma necessidade técnica, antes de tudo.