Um adolescente de 16 anos foi morto em uma ação que envolveu policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do Borel, na zona norte do Rio de Janeiro, na quinta-feira.
A Polícia Militar (PM) diz que Jhonata Dalber foi alvejado durante um confronto entre policiais e criminosos armados. No entanto, moradores apresentam outra versão para o caso. Segundo eles, não houve confronto, e apenas os PMs atiraram.
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Na versão oficial da PM, agentes da UPP se prepararam para abordar dois suspeitos em uma moto, na localidade de Curva do Horácio. Antes da abordagem, os dois teriam sofrido uma queda e um deles teria atirado contra a equipe policial.
Em seguida, ainda de acordo com a PM, homens armados que estavam em um beco próximo ao local também começaram a atirar contra os policiais. Então, segundo a polícia, "um homem foi baleado e levado pelos policiais para o Hospital do Andaraí". Ninguém foi preso.
Já os moradores da comunidade dizem que os policiais confundiram Jhonata com um criminoso. Segundo eles, o jovem estava com um saco de pipoca na mão, e os agentes da UPP pensaram que se tratava de um pacote com drogas.
– O relato de todos os moradores é unânime. Não havia troca de tiros. Foi um tiro e depois se seguiram outros tiros (da polícia). A polícia nunca vai dizer que matou. A polícia sempre vai dizer que foi um confronto. Ela sempre vai utilizar essa lógica para justificar as mortes dos favelados – destacou o morador Diego Francisco, 28 anos.
Depois da morte, moradores fizeram um protesto, em que incendiaram latas de lixo. Segundo a PM, os moradores também arremessaram pedras e garrafas nos policiais. A Agência Brasil tentou entrevistar um representante das UPPs sobre a acusação dos moradores. A assessoria de imprensa, no entanto, informou que o único pronunciamento foi feito através da nota oficial, que não traz detalhes sobre a morte de Jhonata.