Dois municípios da Serra notificaram a 5ª Coordenadoria Regional da Saúde por surtos de caxumba. Caxias do Sul e Farroupilha viram os casos da doença, conhecida pela inflamação das glândulas do pescoço, se multiplicarem neste ano. Em Caxias do Sul, o número de notificações neste ano é quatro vezes maior. São 39 pessoas diagnosticadas com caxumba de janeiro até a última sexta-feira. Em todo o ano passado, foram 10 casos.
De acordo com Juliana Calloni, gerente da vigilância epidemiológica de Caxias do Sul, a maioria dos contaminados é adolescente. Só na Escola Estadual Santa Catarina foram sete casos. No mês passado, foi feita uma vacinação, chamada de bloqueio, com 280 alunos que não estavam com as doses em dia.
Em Farroupilha, dos 19 casos registrados pela vigilância, nove foram no Colégio Estadual São Tiago em Farroupilha. Lá também foram vacinados 367 estudantes. De acordo com a enfermeira Paulina Guisso, responsável pela vigilância epidemiológica, em todo o ano passado foram três casos de caxumba no município. A proliferação dos casos entre adolescentes e em escolas também pode ser explicada pela forma de transmissão da doença: por meio de gotículas de saliva. O aumento de caxumba em todo o Brasil também tem relação com as mudanças no calendário de vacinação.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, entrou para o calendário básico de vacinação, a crianças de 1 ano de idade, em 1996. A segunda dose da vacina passou a integrar o calendário básico dos 4 anos aos 6 anos em 2006.Desde 2013, o Ministério da Saúde recomenda uma dose da vacina tríplice viral ao atingir 1 ano de idade e uma dose da vacina quádrupla viral ao chegar ao 1 ano e três meses de idade. Por isso, a recomendação é sempre procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) com o carteirinha de vacinação para uma avaliação da situação vacinal caso a caso.