O 14 de novembro é conhecido como o Dia Mundial do Diabetes, que busca a conscientização da população sobre prevenção e o acompanhamento da doença. Na Serra, ações durante todo este mês têm esse propósito (veja mais abaixo). De acordo com a secretaria Municipal da Saúde, atualmente são cerca de 20 mil pessoas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com diabetes em Caxias do Sul.
O diabetes acontece quando o pâncreas não produz insulina ou se o organismo não consegue utilizar esse hormônio de forma adequada. De acordo com a médica endocrinologista e coordenadora do ambulatório de diabetes tipo 1 do Centro Clínico da Universidade de Caxias do Sul, Márcia Inês Boff, a insulina é responsável pela captação da glicose ingerida, e sem ela não é possível gerar a energia que a glicose fornece.
A médica explica que os tipos 1 e 2 são os mais comuns. O 1, mais frequente em crianças e adolescente, se caracteriza pela ausência total da produção de insulina, e é uma situação em que há uma pré-disposição genética. Já no tipo 2, a insulina é produzida, mas não consegue agir de forma adequada, tendo o sobrepeso e a obesidade como fatores de risco.
— Nós víamos até alguns anos atrás a diabete tipo 2 se desenvolvendo somente na fase adulta, porém, nas últimas décadas, com o aumento da prevalência da obesidade em crianças e adolescentes, estamos vendo o desenvolvimento de pré-diabetes e tipo 2 na população mais jovem — diz a médica endocrinologista.
Sintomas, tratamentos e prevenção
O diabetes não tem cura, mas pode ser controlado. No tipo 1, o tratamento é a administração de insulina. Já no 2, conforme a médica endocrinologista, há medicamentos chamados antidiabéticos orais que atuam em vários pilares da doença:
— As complicações secundárias do diabetes, tanto para o tipo 1 como 2, são macro e microvasculares. Microvasculares, comprometimento dos vasos da retina, da vascularização periférica dos membros inferiores, principalmente, além do comprometimento de função renal. As macrovasculares são risco de infarto e de acidente vascular cerebral.
A médica destaca, ainda, que a melhor prevenção para o diabetes tipo 2 é a mudança de estilo de vida, prezando, acima de tudo, por hábitos mais saudáveis:
— (O diabetes) não impede de viver e realizar os seus planos, mas com cuidados. Salientamos a importância do acompanhamento nutricional, como é uma doença complexa, muitas vezes precisamos de uma abordagem multidisciplinar, endocrinologista, nutricionista, psicólogo, cardiologista, de atividade física. É uma vida que pode ser levada, sem dúvidas, mas tem a adoção dessas condutas na rotina.
Pré-diabetes e diabetes gestacional
A médica ainda chama a atenção para outras duas condições. O pré-diabetes normalmente se caracteriza pelo nível de açúcar no sangue acima do normal, porém, não o suficiente para ser diagnosticado como diabetes. Márcia afirma que, mesmo assim, já é necessário iniciar o monitoramento. O outro caso é o diabetes durante a gestação.
— A placenta desenvolve um ambiente de resistência insulínica, mas a chance maior de uma mulher ter diabetes gestacional é quando ela tem obesidade. Na maioria das vezes normaliza (após o parto), sai a placenta, normaliza, mas a mulher fica com o fator de risco para diabetes tipo 2 — contextualiza a médica sobre o diabetes gestacional.
Minirrústica para conscientizar
Em Farroupilha, no dia 24, ocorre a 3ª minirrústica alusiva à diabete infantil. Será às 9h, no Estádio das Castanheiras. Crianças, pré-adolescentes e adolescentes, entre sete e 15 anos, vão disputar provas de 200m a 600m. As inscrições seguem até esta quinta-feira (14) e podem ser realizadas pelo link. Mais informações nas redes sociais da Minirrústica.