Em reunião nesta quarta-feira (11) com o governo do RS e a prefeitura de Cambará do Sul, a Urbia Parques, concessionária dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, reforçou a necessidade de reequilíbrio de contrato de concessão. O descontentamento da empresa com a movimentação turística e o retorno financeiro das operações veio à tona nos últimos dias, a partir do fechamento por tempo indeterminado da tirolesa no Cânion Fortaleza.
Segundo o secretário de Turismo do Rio Grande do Sul, Ronaldo Santini, a empresa ponderou que algumas condicionantes do contrato são inviabilizadas por questões ambientais, o que impacta no faturamento da operação. Uma das estruturas planejadas e que está barrada, por exemplo, é um hotel, segundo ele. Como consequência, há o encarecimento do ingresso, de acordo com o que foi sinalizado pela empresa.
— A Urbia recebeu a concessão com a expectativa de alguns investimentos que estavam previstos no contrato. Estes investimentos acabaram sendo barrados pela lei de manejo do parque. Se não houver um reequilíbrio, uma revisão, no contrato, até, de alguma forma, uma decisão no novo Plano de Manejo da possibilidade de existir ou não empreendimento, ele se tornará completamente inviável — argumenta o secretário.
Santini lembra que o governo estadual não tem autoridade para revisar ou alterar o documento, contudo, garante que levará a demanda para o Ministério do Turismo em uma nova reunião. O objetivo é que o ministério possa intermediar a questão junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é o órgão responsável por proteger as unidades de conservação federais e concedente da concessão.
Em reunião na sexta-feira (6) com a prefeitura de Cambará do Sul, um representante da Urbia já havia sinalizado que a redução do valor do ingresso estaria condicionada ao reequilíbrio do contrato. Na semana passada, a Urbia afirmou que, entre maio e agosto deste ano, a circulação de visitantes no parque teve queda de 60%, em comparação com o mesmo período no ano passado.
Tirolesa seguem sem previsão de reabertura
Na reunião desta quarta-feira, a Urbia não deu previsão para reabertura da tirolesa. O equipamento havia sido instalado em 7 de julho de 2023. Segundo a empresa, é o mais alto das Américas, com 1.099 metros de altura.
Na reunião de sexta-feira, a concessionária argumentou que a tirolesa estaria causando um prejuízo de cerca de R$ 85 mil mensais desde maio. No entanto, não foram detalhados, nem pela prefeitura e nem pela Urbia, quais valores eram esperados desde a inauguração, em 2023.
O Pioneiro contatou a empresa por e-mail, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.