Após nove meses, os alunos da Escola Estadual Apolinário Alves do Santos, no bairro Sagrada Família, em Caxias do Sul, enfim puderam retornar, nesta terça-feira (10), ao prédio da instituição de ensino. Desde 8 de dezembro do ano passado, os blocos estavam interditados em virtude de problemas na rede elétrica. As atividades letivas e administrativas estavam sendo realizadas na Escola Estadual Evaristo de Antoni, no bairro São José, distante cerca de três quilômetros.
O processo até o início das obras foi complexo. A previsão inicial era de que até o começo do ano letivo de 2024 a escola pudesse estar funcionando, o que não ocorreu. Foram necessários dois processos de dispensa de licitação para a contratação da empresa responsável pelos trabalhos, a Acemaq Engenharia e Manutenção LTDA. A enchente de maio, que alagou o prédio da Procergs — responsável pelos sites e sistemas de tecnologia da informação e comunicação do Estado do Rio Grande do Sul — também atrasou o processo. As obras, que custaram R$ 83.489,40, iniciaram somente no segundo semestre deste ano, e foram finalizadas na última quinta-feira (5). O laudo de desinterdição foi assinado um dia depois.
A diretora do Apolinário, Marili Rigon Zandoná não escondeu a alegria pelo retorno, e ainda brincou que não dormiu na última noite em virtude da ansiedade pelo reencontro com os alunos na escola. Segundo ela, o processo de ter que transferir toda a comunidade escolar para o Evaristo foi delicado:
— Não foi nada confortável. Foi muito difícil porque, apesar de as escolas manterem mais ou menos as mesmas normas, é diferente, a comunidade escolar é diferente, os anseios são diferentes — resumiu Marili sobre os últimos nove meses.
Segundo a diretora, até o final do ano passado eram cerca de 800 alunos matriculados no Apolinário, número que caiu para 490 em 2024 em virtude do fechamento de sete turmas para melhor acomodação dos estudantes na sede do Evaristo. Marili acredita que entre 50 e 60 alunos, que estão em outras escolas, possam voltar ao Apolinário ainda neste ano letivo. A abertura de novas turmas deve ocorrer somente no ano que vem.
Antes do início das aulas, às 7h, os estudantes já se aglomeravam pelo pátio da instituição. Acompanhada pelos professores, Marili deu as boas-vindas em um clima de início de ano letivo. Após um breve discurso, que inclusive contou com "lança confetes" para celebrar o momento, ela conduziu turma por turma às salas.
Entre os alunos, a alegria por estar de volta era visível. A estudante do primeiro ano do Ensino Médio Luísa Lopes Salles, 15 anos, chegou por volta das 6h45min na escola acompanhada da mãe, Solange Maria Lopes de Jesus. Moradora do bairro Interlagos, ela precisou se adaptar nos últimos meses com as aulas no Evaristo de Antoni. Luísa está no Apolinário desde os primeiros anos do Ensino Fundamental.
— Tem bastante gente da minha turma que ainda não conhecia a escola. Foi um pouco complicado porque eu moro praticamente do lado da escola, tive que começar a acordar muito mais cedo. É bom ver a escola de volta, eu pensei que não voltaria tão cedo — definiu a jovem.
Bloco interditado
A situação da rede elétrica do Apolinário não está totalmente resolvida. Isso porque um bloco ainda segue interditado, mas sem oferecer qualquer risco. O espaço conta com um salão para reuniões com pais, alunos e palestras, laboratórios de ciências físicas e biológicas, sala do primeiro ano do Ensino Fundamental, sala de leitura e de artes.
De acordo com a titular da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Viviane da Vale, foi priorizado o reestabelecimento nos espaços principais de salas de aula e, em breve, o bloco também será contemplado. O valor da nova obra será definido pela 4ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (4ª Crop).