Considerada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL) como a sexta data mais importante para o comércio, o Dia dos Namorados pode representar o primeiro passo para a recuperação das vendas dos lojistas gaúchos, assim como na região da Serra.
Ao menos é essa a expectativa da entidade estadual, que projeta movimentação financeira entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões para a data, no que poderia ser um suspiro de alívio após o fraco desempenho do Dia das Mães. A data, que só perde para o Natal, em 2024 esteve em meio à catástrofe causada pela chuva no Estado.
Em Caxias do Sul não foi diferente. Em uma loja da Avenida Júlio de Castilhos, a gestora de vendas Shirley Martins viu as vendas de roupas engrenarem na segunda quinzena de maio após um Dia das Mães que passou quase em branco:
— Na sexta-feira, véspera da data, estava todo mundo apavorado, sentíamos o comércio no mesmo barco. Mas logo depois veio o frio e tivemos dias muito bons que se mantêm até hoje. Sobre o Dia dos Namorados, quem presenteia acaba sempre deixando para a última hora, mas se as vendas seguirem como estão teremos um aumento de 30% em comparação com o ano passado — diz.
Divulgada pela CDL Caxias, a estimativa de gasto com o presente neste ano em Caxias é de em média R$ 258,42. A entidade acredita no aquecimento discreto das vendas por conta dos 1,7% dos consumidores que demonstraram intenção de compra em 2024 na comparação com o ano passado. No entanto, se a base de comparação for o Dia das Mães, por exemplo, a analista de informações de mercado Franciele Matté Fontana prevê crescimento:
— O comércio sentiu uma queda de 20%, porque naquele momento o foco acabou sendo a solidariedade. O tempo seco favorece a ida ao comércio, e desta vez podemos ter um acréscimo nas vendas — diz.
Em uma loja de lingeries, também no Centro de Caxias, datas já não empolgam como antes a proprietária Terezinha Cardoso. Às vésperas do Dia dos Namorados, ainda era baixa a procura por presentes:
— Era uma data maravilhosa, agora parece que os namorados perderam o interesse. A gente espera um movimento, que ainda não vimos, nesta véspera. As datas que ficaram no calendário já não são tão fortes como antes — lamenta.
O consenso entre os lojistas é que as compras são feitas de última hora. Em uma joalheira, que fechou o mês de maio com baixa de 40% na comparação com o mesmo mês do ano passado, a data dos apaixonados pode representar um aquecimento que ainda é discreto.
— Tudo o que é data o movimento é maior na véspera. Nos últimos anos, vendíamos mais no Dia das Mães, este ano parece que vai ser ao contrário — diz a vendedora Idiane Kriger.
Em uma loja de roupas, a esperança é de que as namoradas sigam com o hábito dos anos anteriores e renovem o armário dos companheiros. A compra de mais de um item agrega valor à venda e faz aumentar o tíquete médio:
— O cliente fala quando é para presente e notamos pouca procura até agora. Aqui no Dia dos Namorados vendemos muito para mulheres que compram mais de uma peça e por isso é uma data boa, que ainda não aconteceu — conta a vendedora Gislaine Menon.