As buscas continuam em regiões atingidas pela chuva em Caxias do Sul. Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (3), o prefeito Adiló Didomenico afirma que, além de Galópolis, onde ocorreu a primeira morte no município, há situações que merecem atenção nas comunidades de Vila Cristina, Sebastopol e Santa Lúcia do Piaí. De acordo com a administração, há pessoas ilhadas nessas localidades.
No início da noite de sexta, o resgate conseguiu chegar em Vila Cristina, que estava até então inacessível. Na Vila São Pedro, 41 pessoas foram resgatadas e transferidas para abrigos do município. Nas outras áreas, o resgate tentará chegar neste sábado (4).
— Estamos conseguindo o objetivo maior que é salvar a vida. Agora há pouco, o Delegado Augusto Cavalheiro (delegado regional da Polícia Civil) relatava que nas últimas 24 horas não tivemos nenhum novo registro de desaparecidos e nem de óbito. Isso vem coroar o trabalho e o esforço de todo esse grupo. Foi o que a gente colocou desde o primeiro momento — disse o prefeito.
Caxias tem o registro de um óbito e sete desaparecidos, todos do deslizamento registrado na quinta (2) em Galópolis. O Major José Maria de Lima Garcia do Nascimento, comandante do 2º Comando Regional de Bombeiro Militar, informa que o grupo já tenta dimensionar o tamanho do estrago em Santa Lúcia do Piaí.
— Estamos fazendo os levantamentos para verificar qual é o nível de danos e também qual é a melhor forma de acesso para que a gente consiga chegar até o local — informa o comandante.
170 pessoas abrigadas
Além de pessoas resgatadas em Galópolis e Vila Cristina, a prefeitura lembra que moradores dos bairros Reolon e Fátima também foram acolhidos nos espaços montados pelo município no Ginásio do Sesi, no ginásio municipal do bairro São Caetano e no Centro Comunitário de Forqueta. Muitas famílias são as que moram próximas da represa Dal Bó. O diretor-presidente do Samae, Gilberto Meletti, afirma que a água baixou e está agora a um metro da borda. Antes, ela estava a quarenta centímetros.
Mas, como existe a previsão de nova chuva, a prefeitura decidirá neste sábado se o retorno das famílias pode ocorrer em breve. Já para moradores em áreas de risco de deslizamento, ainda não há um prazo para esta decisão.
— Amanhã (sábado), a gente deve tomar essa decisão, analisando o que vai acontecer em termos climáticos essa noite. E, também, em termos de segurança da barragem. Talvez fique para o segundo momento aquelas pessoas que residiam ao lado do Tega, ali no Matioda, em áreas mais perigosas de alagamento. E, evidentemente, que vão permanecer no abrigo as famílias retiradas da área de risco de deslizamento — diz Adiló.
A Fundação de Assistência Social (FAS) também pede que quem quiser auxiliar os abrigados com alimentos prontos pode procurar o Banco de Alimentos. É o programa que coordena este recebimento.
Mais doações
Na coletiva, a prefeitura também orientou em relação às doações e a quem quer ser voluntário. As doações, até de grupos que se organizam, estão centralizadas na Fundação Caxias. Enquanto isso, os interessados em ser voluntários devem procurar os Parceiros Voluntários.
A vice-prefeita Paula Ioris lembra que será necessária pessoas para ajudar na limpeza e reconstrução de casas.
— Continuamos pedindo a questão de material de higiene, limpeza, alimentos não perecíveis e cobertores — lista a vice-prefeita.
Estrada do Vinho
Entre as estradas municipais danificadas pela chuva, uma das situações que preocupam é na Estrada do Vinho. Adiló diz que equipes trabalham para ter uma "abertura precária" na rota, que torna-se estratégica para a chegada de caminhões, especialmente aqueles para abastecimento do município.
— As informações que nós temos até agora é que para veículos leves já estava liberado. O pessoal vai trabalhar hoje e vai trabalhar amanhã para tentar viabilizar uma passagem para caminhão — explica o prefeito.