O reparo definitivo da encosta que corre risco de desabamento no km 158 da Rota do Sol, em Caxias, deve ocorrer somente após a transferência da adutora principal do sistema Marrecas para o outro lado da rodovia. A avaliação é da equipe técnica que monitora de forma constante o terreno na região.
A mudança de local da tubulação foi anunciada pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) na semana passada como medida de garantir mais segurança ao abastecimento do Marrecas. A ideia é realizar a obra o quanto antes, mas para isso é preciso aguardar condições mínimas de segurança. Além disso, os módulos do encanamento são fabricados no Rio de Janeiro e levam cerca de 20 dias para serem entregues. O Samae mantém em estoque material suficiente para manutenções, mas o desvio terá 600 metros de extensão e somente o material deve custar cerca de R$ 3,7 milhões. Uma vez iniciada, a expectativa é de que a obra leve de três a quatro meses para ser finalizada.
De acordo com Elton Boldo, diretor técnico da Garden Engenharia, empresa contratada pelo Samae para prestar consultoria geotécnica, embora ainda não possa ser iniciado, o projeto para o conserto definitivo da encosta já está em elaboração, com a finalização da topografia da área. A estimativa é de que em uma semana se possa ter o projeto básico.
— O desafio agora é realocar essa adutora do outro lado da rodovia e aí sim permitir que a gente possa pensar num projeto de engenharia a curto e médio prazos. Porque não é um projeto tão simples. Vamos validando isso junto ao Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem), porque toda essa área de obras, se tiver, e vai ter que ser feita, tem que ser pelo Daer, uma vez que é uma faixa de domínio — explica.
Ainda conforme Boldo, a execução do conserto definitivo da encosta precisará começar pela parte superior do terreno e seguir em direção à base, junto a rodovia. A medida é para evitar que escavações na parte inferior possam desestabilizar o barranco. Caso não seja necessário a utilização de concreto e intervenções mais pesadas, existe a possibilidade de executar o trabalho em seis meses a partir da ordem de início.
O Daer disse que montou um grupo de monitoramento da encosta e acompanha a situação por meio de sensores instalados em 15 pontos. Os aparelhos são capazes de detectar a movimentação do solo.
Sem movimento nos últimos dias
Os técnicos acompanham o comportamento do terreno a partir de 15 pontos de monitoramento e não detectaram movimentos desde o fim da semana passada. A pausa ajudou equipes do Samae a implantar uma bifurcação na adutora principal do Marrecas. A tubulação de 60 centímetros de diâmetro passará por baixo da Rota do Sol e evitará novas interrupções completas no abastecimento em caso de queda da encosta. De acordo com o Samae, a obra continua nesta segunda-feira (20).