Com pelo menos quatro comunidades ilhadas no interior do município e estradas importantes que ligam Veranópolis a regiões bloqueadas por deslizamentos de terra, o prefeito do município, Waldemar de Carli, revelou, em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha Serra, que a reconstrução da BR-470 deve levar, pelo menos, um ano.
— Os danos foram bem acentuados. Tem alguns pontos em que a estrada praticamente não existe mais. A informação que nós ouvimos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é que nem eles sabem ainda o que fazer. Essa rodovia era a ligação com a região norte do Estado, uma rodovia com uma movimentação enorme — explicou De Carli.
A avaliação do Dnit é que a reconstrução ou recuperação da BR-470 possa levar um ano ou mais. De Carli lembra que a rodovia é a ligação do município com Passo Fundo, Marau, Casca, Paraí, Nova Araçá, Nova Bassano e Nova Prata.
— É uma rodovia que tem que ser recomposta. Não temos outra saída. Ou fazer uma rodovia nova ou recompor essa existente. A situação é grave. O Dnit está trabalhando lá com maquinário, está tentando abrir, dentro do possível, com duas frentes: uma que vem de Bento Gonçalves e outra de Veranópolis — explica o prefeito.
No entanto, a situação preocupa a comunidade veranense, já que, sem a BR-470, as rodovias alternativas, como via Antônio Prado, Vila Flores e Nova Roma do Sul, ou por Vacaria até Caxias do Sul, têm estradas não pavimentadas e aumentam o tempo de deslocamento até o destino.
Outra opção de trajeto, por Cotiporã, em direção a São Valentim e Bento Gonçalves, via Faria Lemos, também está comprometida em função dos deslizamentos de terra no distrito bento-gonçalvense.
— Esse seria o melhor acesso para nós, pro lado de Cotiporã, todo pavimentado. Basicamente, por esse período vamos ter esses dois escapes, o escape por Cotiporã e por Vila Flores e Antônio Prado. É a nossa situação no momento — detalhou o prefeito.
De acordo com De Carli, a administração municipal iniciou uma fase de recomposição, principalmente buscando acessos para comunidades do interior. Engenheiros avaliam, também, os estragos nas estradas e em propriedades e as áreas de risco. No perímetro urbano, os danos foram poucos, segundo o prefeito. Além da avaliação pelos engenheiros e trabalhos de reconstrução e recuperação, a administração organiza, também, doações recebidas.
— Nosso problema principal é nas comunidades que estão situadas na encosta da Serra das Antas. Temos ainda 32 pessoas acolhidas no ginásio de esporte. A maioria dessas pessoas são aquelas que estavam na BR-470, que estamos tentando encaminhá-las para as suas residências. São pessoas que residem na região sul do Estado e em Porto Alegre — disse De Carli.
No deslizamento de encosta na Serra das Antas, na cabeceira da Ponte Ernesto Dornelles, já são cinco óbitos registrados pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com o prefeito de Veranópolis, não há mais busca por desaparecidos na região da BR-470.