O reflexo da chuva que atinge o estado há dias afetou drasticamente a produção agrícola e infraestrutura de diversas localidades de Caxias do Sul. Conforme o levantamento da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa), as regiões de Vila Cristina, Menino Deus, em Forqueta, Santa Lúcia do Piaí e Vila Oliva são as mais afetadas. Os prejuízos entre perda de safra, criação de animais e danos em estruturas totalizam R$ 85,5 milhões.
Conforme a pasta, a área atingida possui 12 mil hectares, nos quais são cultivados grãos, frutas e hortaliças. Na fruticultura, a produção de caquis, pomares de uva, kiwi, pêssegos, peras e frutas cítricas foram danificados ou destruídos pelo excesso de chuva. Entre os grãos, as lavouras de soja foram as mais danificadas.
Estimativas da Emater e dos técnicos da Smapa indicam que R$ 40,7 milhões foram perdidos na cultura de milho, soja, hortaliças diversas, citros, caqui, fruticultura e agroindústrias.
Outra consequência da extrema instabilidade é a queda de barreiras e interrupção de energia elétrica, que afeta diretamente a criação de animais. A Smapa identificou produtores sem abastecimento e dificuldade para alimentar os animais.
Danos na estrutura produtiva, como estradas e acessos internos, também trouxeram impactos na produção agrícola. Isso porque cerca de 500 propriedades foram afetadas. Segundo a prefeitura, ainda há agricultores com falta de energia elétrica e família ilhadas por conta das estradas que aguardam liberação. Nesse cenário, os estragos nas estradas, acessos, construções rurais e o solo somam cerca de R$ 44,8 milhões.
Para lidar com as adversidades, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está elaborando um plano para atender as regiões atingidas em que os agricultores tiveram diversos prejuízos.
— Temos que começar um trabalho para recuperar o solo, para que os agricultores voltem a plantar, porque senão vai levar no mínimo 60, 90 dias para que nós possamos ter o produto para fornecer para os nossos agricultores. Mas, por outro lado, nós temos a Ceasa de Caxias, que abastece e não vamos ficar sem abastecimento porque vem produtos de outros Estados — pontua o secretário municipal da Agricultura, Valmir Antonio Susin.