O pequeno município de Serafina Corrêa, na Serra, com cerca de 18 mil habitantes, segue contabilizando os estragados causados pela chuva e pela cheia do Rio Carreiro. Segundo informações da prefeitura, são, até o momento, 102 pessoas desabrigadas, sendo 40 crianças e 62 adultos. Eles foram levados para um abrigo montado pela Defesa Civil na salão da comunidade do bairro Aparecida. A cidade já registrou duas mortes.
Segundo a prefeitura, os bairros Santin, Alto do Paraíso e Aparecida foram os mais afetados. O coordenador do Serviço Civil Auxiliar de Bombeiros (SCAB) e da Defesa Civil de Serafina Corrêa, Christofer Pereira, descreve a situação de Serafina Corrêa como "crítica e desesperadora".
— (São) mais de 300 moradias com problemas críticos estruturais. Além disso, os bairros foram praticamente todos afetados, apenas os mais altos que ainda não, mas, se cair a chuva que está prevista, serão afetados. Não tem mais capacidade pluviométrica de absorção de água no município, temos o transbordamento crítico de todos os arroios que nos cercam, e as vazões aumentando cada vez mais — relata Pereira.
A cidade tem problemas no abastecimento de água e também no fornecimento de energia elétrica. Na manhã desta sexta-feira (3) não foi registrada chuva em Serafina Corrêa, e o Rio Carreiro teve uma pequena retração. Mas o comandante do SCAB e da Defesa Civil se mostra receoso caso os prognósticos da previsão do tempo se concretizem.
— Se os prognósticos de chuva que nós temos para Serafina Corrêa se confirmarem, que são em torno de 200 milímetros, teremos danos irreparáveis para a cidade.
Autuando há 12 anos como bombeiro e sendo o comandante da equipe há quatro, Pereira disse que nunca havia presenciado uma situação como essa na cidade. No ano passado, em setembro, ele atuou em uma operação na cidade de Muçum, no Vale do Taquari, uma das mais afetadas naquela ocasião.