Os espaços de acolhimento para pessoas em situação de rua e desabrigo estão com vagas esgotadas em Caxias do Sul, conforme comunicado da Fundação de Assistência Social (FAS). São três endereços que oferecem um total de 130 vagas diárias. Os serviços disponibilizam alimentação, local para higiene, dormitório, além de atendimentos para saúde e documentação, caso sejam necessários. Apesar do anúncio, órgão e prefeitura não possuem uma medida imediata para aumentar consideravelmente a oferta. Segundo dados do Cadastro Único, 784 pessoas estavam em situação de rua no município em 2023. A entidade estima que cerca de 750 se enquadram neste perfil neste ano.
As vagas são oferecidas na Casa de Passagem Carlos Miguel dos Santos, na Casa de Acolhida São Francisco de Assis e no Programa de Apoio à Saída da Rua (PAS Rua). Os serviços são mantidos com recursos da prefeitura, por meio de parceria entre a FAS e a Associação Mão Amiga.
— Conforme demanda e encaminhamentos da rede, a FAS está providenciando o aumento provisório de mais 10 vagas no PAS Rua, programa que atende usuários em situação de rua que possuem perfil diferenciado das pessoas atendidas nas casas de passagem, sendo destinado ao público com maior autonomia e independência — menciona a presidente da entidade na nota, Georgia Tomasi.
Com os 10 lugares adicionais, Caxias chegaria a 140 vagas de acolhimento, o que representaria ampliação de 75% em relação a 2020, quando a entidade contava com 80 vagas .
No ano passado, a FAS estima, a partir dos Relatórios Mensais de Atendimento, que a média mensal de pessoas acolhidas foi de 229. Como explica Georgia, o número mensal de pessoas atendidas é maior porque existe uma rotatividade. Há fatores que influenciam, como dificuldade dos moradores de rua com horários, convivência e a dependência química.
— Nos serviços de acolhimento são ofertados acompanhamentos para planejamento de saída das ruas, para acesso às demais políticas públicas, ao mercado de trabalho, a encaminhamento de documentação, ao contato e resgate de vínculos familiares, entre outros — explica a presidente da entidade.
Ainda conforme o comunicado da FAS, houve aumento de 10% na procura pelo Centro Pop Rua, que realiza a regulação das vagas.
Nova casa ao lado do Mato Sartori
Em coletiva no dia 26 de fevereiro sobre medidas para a população de rua em Caxias, o poder público municipal anunciou que uma nova opção de acolhimento estava nos planos para ser idealizada nas proximidades do bairro Primeiro de Maio. O projeto seria utilizar um terreno da prefeitura perto do Mato Sartori para estabelecer uma hospedagem solidária e restaurante popular.
Para isso, o município enviaria um projeto de lei à Câmara de Vereadores. Na época, foi informado que ele seria enviado nos dias seguintes à coletiva. Conforme a entidade, o projeto ainda não foi enviado e a organização do serviço será da Mitra Diocesana de Caxias do Sul.
Força-tarefa continua
No final de fevereiro, a prefeitura de Caxias iniciou uma força-tarefa para o recadastramento de pessoas em situação de rua. O trabalho é realizado por servidores da FAS, Codeca, Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e Guarda Municipal, com o objetivo também de ofertar os serviços de acolhimento. Segundo o comunicado à imprensa, a ação foi um dos motivos para o aumento da necessidade das vagas de acolhimento.
— A força-tarefa continua conforme planejamento das equipes, inclusive com programação para a próxima sexta-feira (5). Ressaltamos que a abordagem social continua com seu trabalho diário pelas ruas de nosso município — afirma a presidente da FAS.