Moradores de Forqueta, em Caxias, lançaram um abaixo-assinado para solicitar a instalação de sinaleiras no acesso ao bairro pela RS-122. A mobilização ocorre após a alça de retorno que havia no km 63, em frente ao Grupo Rodoviário de Farroupilha, ter sido fechada para obras de ajuste do traçado da rodovia. Com isso, todos os veículos que entram no bairro a partir do centro de Caxias precisam utilizar o acesso junto à Avenida Arthur Perottoni, cruzando a pista contrária.
O retorno em frente ao grupo rodoviário ocorria no contorno do canteiro central, uma manobra mais segura e sem necessidade de espera. A implantação ocorreu em setembro de 2019, após um ano e dois meses de obras voltadas para a remoção das cabines e da cobertura do antigo pedágio. Diante da demora e de paralisações, a comunidade de Forqueta se mobilizou diversas vezes cobrando a finalização da obra.
Desde então, porém, a configuração da via e o alto fluxo geravam risco de colisão de veículos contra a estrutura do grupo rodoviário. Os policiais, inclusive, chegaram a cogitar a transferência da unidade para uma área próxima à saída de Farroupilha para Porto Alegre e com frequência posicionavam cones interrompendo uma das faixas. Com a concessão da rodovia para a CSG e a obrigatoriedade contratual de reformar as unidades de policiamento, se viabilizou também o ajuste da rodovia para proporcionar mais segurança aos policiais. A modificação, contudo, fez com que as alças de retorno virassem pistas de acesso ao grupo rodoviário.
— Em 2019 o Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem, que era responsável pela rodovia), queria fechar o acesso atual e nós não deixamos porque o transporte coletivo teria que seguir até o retorno em frente à polícia, mas não era autorizado porque ali já é Farroupilha. Se tivesse fechado esse acesso naquela época, como iríamos entrar em Forqueta hoje? — questiona a presidente da associação de moradores, Sandra Bonetto.
Conforme Sandra, o retorno implantado há cinco anos era pouco utilizado, mas fundamental em horários de pico, quando filas se formam no entroncamento para acessar a Avenida Arthur Perottoni.
— Concordo com o cumprimento do contrato e com as condições de trabalho da polícia rodoviária. O que não concordo é com a retirada da segurança no acesso. Antes tínhamos dois acessos, agora temos um — argumenta.
Sinaleira como solução temporária
Diante da demanda dos moradores de Forqueta, CSG e prefeitura de Caxias do Sul iniciaram conversas para viabilizar uma alternativa segura para ingressar no bairro. Uma reunião foi realizada na sexta-feira (22) entre representantes da empresa e da Secretaria de Trânsito. Novo encontro está previsto para esta terça-feira (26).
A ideia é implantar uma alternativa temporária, uma vez que existe uma obrigação contratual da CSG em modificar os retornos da RS-122 até janeiro de 2027. O objetivo é remover as alças que exigem o cruzamento da pista contrária e implantar rótulas alongadas, semelhantes aos retornos fechados em frente ao grupo rodoviário de Farroupilha.
— Pode ser ampliação da faixa de espera e também se pensa em um possível semáforo — explica o secretário de Trânsito, Alfonso Willembring.
Conforme Sandra Bonetto, um engenheiro da CSG que esteve no local em horário de pico afirmou que a implantação de semáforo pode ser uma medida viável.
— Não é o ideal, mas ao menos vai dar segurança. Não podemos esperar até 2027, senão quantas pessoas podem morrer até lá? — questiona.
Até janeiro de 2030, a CSG também deve construir faixas adicionais entre Caxias e Farroupilha e ruas laterais na região de Forqueta. Questionada pela reportagem, a concessionária disse que o retorno que existia junto ao grupo rodoviário "foi desativado para garantir segurança e melhores condições de trabalho aos policiais que atuam no local. A mudança, realizada em conjunto com o Comando Rodoviário, não gera impacto no trânsito para o acesso à comunidade, já que há outro retorno a 400 metros de distância".