Caxias do Sul, assim como as demais cidades do Rio Grande do Sul, vive em alerta devido à circulação do vírus da dengue. Com dois casos contraídos no município em menos de um mês, o município ampliará as ações para combater os criadouros do mosquito. Uma das frentes é o uso de drone para verificar locais fechados, com muros altos, ou edificações abandonadas, onde os fiscais da Vigilância Ambiental em Saúde não conseguem entrar durante as visitas diárias.
A intenção é localizar caixas d'água, piscinas não utilizadas e demais pontos com água parada onde os mosquitos fazem criadouros e se reproduzem. O caso mais recente de dengue autóctone, o contraído na cidade, foi divulgado na sexta-feira (9). Trata-se de um homem morador do distrito de Vila Cristina. O exame positivo foi confirmado pelo Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen) à Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Já o primeiro caso foi confirmado em 21 de janeiro, sendo que o paciente também é um adulto do sexo masculino, morador do bairro Marechal Floriano.
Também já foram confirmados oito casos de dengue importada, que são aqueles em que o paciente viaja e retorna para a cidade doente. Além disso, até essa sexta, 102 focos do mosquito Aedes aegypti foram identificados e eliminados. Para se ter uma ideia, somente no mês de janeiro de 2024, a Vigilância Ambiental em Saúde realizou mais visitas domiciliares para controle da dengue do que a média do ano passado: foram 13.446 em janeiro, enquanto a média mensal em 2023 foi de 11.170 visitas.
O diretor técnico da Vigilância Ambiental em Saúde, Rogério Poletto, aponta que o mapeamento com o drone deve começar nas áreas onde foram confirmados casos positivos ou há suspeita de criadouros. Ele afirma que já utilizaram o equipamento em outras ocasiões, mas neste momento, vão intensificar o trabalho nos próximos dias, depois de alinhar os detalhes com a Guarda Municipal:
— Vamos ter esse ganho de eficiência em localizar e verificar a presença de alguns recipientes, possivelmente de grande porte, que a gente não tem acesso na nossa visita diária. São casas fechadas, abandonadas e cercadas, e até mesmo obras, cercadas com tapumes, onde as equipes não encontram ninguém para abrir o portão. Com o drone vamos ver se tem água parada, uma caixa d'água elevada ou piscinas sem tratamentos.
Ele ressalta que depois de localizar os focos, o município aciona a fiscalização para dar andamento ao processo administrativo:
— Durante as visitas rotineiras, a equipe vai até esses locais e, se não tem acesso aos imóveis e terrenos, pergunta na vizinhança se alguém conhece o dono, um familiar ou se tem o contato dele, para marcar uma inspeção. Se a gente não consegue esse primeiro contato, retorna e, depois disso, procura no cadastro do IPTU quem é o proprietário do imóvel.
Locais mapeados
Há locais mapeados em Caxias do Sul e que são considerados estratégicos. Esses pontos são floriculturas, oficinas, borracharias, lavagens, ferros-velhos, reciclagens, garagens e cemitérios. Para monitorar o aparecimento do mosquito as visitas são a cada 15 dias. Os agentes também realizam visitas domiciliares para identificar a presença o mosquito. Além disso, o município utiliza o Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (Lira), para verificar o nível de infestação do mosquito da dengue.
No caso da dengue, a água parada é a maior vilã. Basta uma pequena quantidade para que a fêmea consiga colocar os ovos e, em contato com a água, se reproduzir.
Como denunciar focos
O telefone para denunciar locais com suspeita de focos do mosquito é o 156, do Alô Caxias. É preciso detalhar informações sobre o endereço para facilitar que o setor encontre o local.
Focos em Caxias do Sul
- Reolon - 26 focos
- Cruzeiro - 16 focos
- Marechal Floriano, Pio X – 8 focos cada
- Esplanada – 7 focos
- São Leopoldo - 5 focos
- Fátima: 4 focos
- Centro, Colina Sorriso, São Luís da 6° Légua, Tijuca - 3 focos cada
- Charqueadas II, Vila Mari - 2 focos
- Bela Vista, Charqueadas I, Cristo Redentor, Floresta, Kayser, Mariani, Medianeira, Pioneiro, Planalto, Sagrada Família, Santa Catarina, Santa Lúcia Cohab - 1 foco cada
Dicas
:: Manter quintais limpos e organizados, evitando acúmulo de lixo e pequenos recipientes com possibilidade de reter a água.
:: Não utilizar pequenos pratos ou bandejas nos vasos de plantas.
:: Manter caixas de água ou outros tipos de reservatórios tampados ou telados.
:: Evitar a utilização de pequenas piscinas de crianças sem proteção de telas.
:: Manter limpos e protegidos os potes de água dos animais de estimação.
:: Ficar atendo ao acúmulo de água em ralos e calhas, mantendo manutenção e limpeza rotineiras desses locais.
:: Verificar se próximo da residência existem locais e terrenos abandonados com materiais que tenham a possibilidade de acumular água (pneus velhos, potes plásticos, latas e outros) e informar as autoridades.