A ONG caxiense Construindo Igualdade conseguiu dar um passo importante no sentido de garantir a continuidade daquela que é a primeira casa de acolhimento voltada para a população LGBTQIA+ no Sul do Brasil. Isso porque a direção da entidade recebeu nesta sesta semana a confirmação de um recurso destinado pela deputada federal Denise Pessôa (PT), proveniente de emenda parlamentar, no valor de R$ 250 mil. A expectativa, contudo, é de que o montante esteja disponível apenas no final de 2024.
O valor será utilizado para despesas operacionais com aluguel, alimentação, água, luz e internet, além de proporcionar a oferta de cursos de capacitação profissional e assistência psicológica e jurídica aos moradores da casa. Atualmente, o espaço é mantido por meio de doações, campanhas de apadrinhamento e vendas no brechó solidário da entidade.
- Ter a certeza de que o nosso trabalho, feito por tantas mãos, terá continuidade é uma luz que brilha muito e enche nossos corações de força e energia. Com esse recurso, que vamos receber no final de 2024, poderemos até mesmo dobrar os atendimentos realizados, o número de moradores na casa e a quantidade de cursos oferecidos - comemora Cleo Araújo, voluntária da ONG, que neste ano completou 20 anos em atividade.
A Construindo Igualdade também receberá, no próximo ano, R$ 200 mil para a implantação do Núcleo de Enfrentamento à LGBTfobia e à Violência Contra a Mulher em Caxias do Sul. O recurso será repassado por meio de emenda parlamentar do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT), com execução prevista para o último trimestre de 2024. Com esta verba, serão oferecidos serviços de assistência psicológica, assessoria jurídica para retificação de registro civil de pessoas transexuais, travestis e não-binárias, além de ações de capacitação profissional de LGBTs e mulheres vítimas de violência.
Em 2022, a ONG precisou reduzir a capacidade de atendimento devido à falta de recursos. Desde sua fundação, a casa de acolhimento já recebeu mais de 60 pessoas de diferentes cidades gaúchas e até mesmo de outros Estados. Em sua maioria, são jovens expulsos de casa, pela própria família, devido à orientação sexual. Somente neste ano, foram 11 pessoas acolhidas.