Um homicídio cometido em 2004 teve um novo julgamento nesta quarta-feira (6), em Caxias do Sul. Cristalino Cappellari, 76 anos, foi condenado a 12 anos de prisão pela morte de Eron Jefferson Correa Fioravanti, conforme decisão do Tribunal do Júri.
A denúncia inicial do Ministério Público (MP) é ainda de 2005. O crime foi cometido em 23 de dezembro de 2004, em um bar no Centro de Caxias. A vítima e Cappellari teriam discutido em um estabelecimento na Rua Guia Lopes. Fioravanti tentou esconder-se em um banheiro, mas o réu teria atirado seis vezes contra a porta. Dois disparos teriam acertado o coração da vítima.
Conforme a denúncia do MP, Cappellari confessou ter atirado contra a vítima e alegou legítima defesa. O órgão vai recorrer para solicitar aumento da pena.
— A meu ver, a condenação vem reparar um vazio de quase 20 anos do Sistema de Justiça e oferecer uma forma de consolo à família tão sofrida — afirma a promotora Graziela Lorenzoni.
Cappellari foi condenado por homicídio qualificado, tendo motivo fútil reconhecido pelos jurados como qualificadora. O advogado Airton Barbosa de Almeida, que faz parte da defesa do réu, declara que uma possibilidade de recurso será analisada nos próximos dias:
— O resultado do julgamento foi 4 a 3 com relação à qualificadora, a única votação aberta, o que mostra o equilíbrio entre as versões postas nos autos. Vamos analisar a possibilidade de recurso durante os próximos dias, levando em consideração esse equilíbrio.
Este foi o segundo julgamento para o caso, que antes teve um júri anulado pelo Tribunal de Justiça do Estado, em 2017. Na ocasião, o réu foi condenado a 12 anos de reclusão. Porém, a defesa entrou com recurso alegando que o MP mencionou um laudo médico que fazia parte de outro processo, julgado na semana anterior ao júri.