A vazão de água das três hidrelétricas instaladas na Serra está diminuindo a cada dia e não passa mais por cima das cristas das barragens, segundo as atualizações emitidas de hora em hora pela Companhia de Energética Rio das Antas (Ceran). No fim de semana, por conta do volume de chuva, as barragens chegaram a transbordar, mas, segundo a Ceran, não sofreram nenhum tipo de dano ou risco de rompimento.
Na manhã de domingo (19) foram mais de sete mil metros cúbicos por segundo, na Usina Hidrelétrica (UHE) 14 de Julho, em Cotiporã. Na última medição, divulgada às 10h desta terça-feira (21), a vazão era de pouco mais de mil metros cúbicos por segundo. Nas hidrelétricas de Veranópolis (Monte Claro) e Nova Roma do Sul (Castro Alves) a situação também está normalizada.
No sábado, as sirenes da Usina Castro Alves, em Nova Roma do Sul foram acionadas por 30 minutos a pedido da Defesa Civil para informar a população local sobre a alta vazão do Rio das Antas. Mesmo com a situação normalizada do volume de água e a situação segura das barragens, dois simulados de emergência, que ocorreriam nesta terça (21) e quinta (23) foram cancelados.
Com um modelo de funcionamento que opera com o fluxo natural do rio, sem depender do acúmulo de água, as usinas hidrelétricas localizadas na Serra despertaram a atenção no início de setembro, quando enchentes atingiram o Vale do Taquari. Boatos e postagens em redes sociais especulavam a possibilidade de que comportas das barragens teriam sido abertas. A Ceran e especialistas em Recursos Hídricos demonstraram que as estruturas não tiveram influência nas inundações, já que as barragens não têm como alterar o fluxo do rio.
Em operação desde 2004 e 2008, as hidrelétricas da Ceran foram construídas para operar sob o modelo a fio d'água, que utiliza a força da correnteza do Rio das Antas para gerar energia. Isso significa que a usina funciona sem precisar estocar água, diferentemente das hidrelétricas tradicionais, que necessitam que grandes áreas sejam alagadas para garantir a produção energética.