As prefeituras dos municípios onde nasceram os cinco integrantes da mesma família mortos em acidente de trânsito nesta quinta-feira (5), na RS-235, em São Francisco de Paula, lamentaram a morte dos conterrâneos. O governo de Cambará do Sul decretou luto oficial de três dias pela morte de Kauany de Andrade Domingos, 15 anos, que estudava na Escola Municipal de Ensino Fundamental Prudente de Morais, na Vila Unidos.
Já a prefeitura de Canela, cidade natal de Jonas Oliveira de Andrade, 38, emitiu nota de pesar pela morte do laçador. O texto afirma que "Jonas marcou sua trajetória sendo um ícone no tradicionalismo representando Canela em diversos rodeios pelo Brasil". A esposa de Jonas, Leide Angelita Oliveira Camelo, 37, a mãe, Joana Maria Oliveira de Andrade, 67, e o filho Diego Camelo de Andrade, 7, também eram de Canela.
A família viajava de São Francisco a Canela para se preparar para a festa da 15 anos de Kauany, sobrinha de Jonas, que seria realizada no sábado (7), segundo o coordenador da 27ª Região Tradicionalista, Everaldo Dutra. As vítimas eram ligadas ao CTG Querência e ao Piquete de Laçadores Lago Verde, de Canela.
O acidente aconteceu por volta das 8h no km 68 da RS-235. De acordo com o CRBM, havia neblina no trecho no momento do acidente. A caminhonete em que a família estava, uma S10, colidiu frontalmente com um caminhão.
As cinco vítimas serão veladas no parque de rodeios do CTG Querência de Canela. O horário ainda não está definido, pois depende da liberação dos corpos por parte do Posto Médico Legal (PML) de Taquara, onde está sendo feita a perícia.
Família conhecida no meio tradicionalista
Jonas e a esposa, conhecida como Lita, moravam e trabalhavam em uma fazenda à margem da RS-020, em São Francisco de Paula. Além de Diego, que acompanhava a família até Canela, o casal tinha outro filho. Jonas era conhecido por ser laçador e fazia parte do Piquete de Laçadores Lago Verde, de Canela.
Kauany era moradora de Cambará do Sul e também participava de provas de laço na região. Ela completou 15 anos no dia 27 de setembro, mas a comemoração estava prevista para o próximo sábado. Aposentada e também moradora de São Francisco, Joana era mãe de Jonas e ia com a nora e a neta a um salão de beleza para os preparativos da festa de Kauany.
A família era conhecida pelo sobrenome Vargas. Segundo a irmã de Kauany, Carina, o avô esqueceu do sobrenome na hora do registro, entretanto, eles mantiveram o uso.
Em função do luto, uma festa campeira de laço, que ocorreria entre a sexta (6) e o domingo (8), foi cancelada. A festividade seria realizada na Cancha dos Rech, no interior de São Francisco de Paula. O CTG Querência publicou nota lamentando a morte da família de Jonas, considerado "um verdadeiro ícone do tiro de laço em Canela e região". A mensagem diz ainda:
"Jonas era mais do que um simples entusiasta do tiro de laço, ele era um verdadeiro mestre nessa arte tradicionalista, dedicando sua vida a promover e preservar essa importante manifestação cultural. Sua habilidade, destreza e paixão pelo laço eram conhecidas por todos que tiveram o privilégio de acompanhá-lo em suas competições e demonstrações.
Além de seu talento inigualável, Jonas era um homem admirável em sua essência. Sua humildade, generosidade e carisma conquistavam a todos ao seu redor. Ele era um exemplo de integridade e respeito, sempre disposto a ajudar e compartilhar seu conhecimento com os demais tradicionalistas."