Sem energia elétrica e com uma dezena de casas arrastadas pela cheia do Rio Taquari, Santa Tereza trabalha na recuperação de casas e pontos comerciais afetados pela enxurrada. O decreto de calamidade pública foi emitido nesta terça-feira (5). O nível do Rio Taquari começou a subir ainda na tarde de segunda com a chuva que não dava trégua na região.
Com a possibilidade de enchente, muitos moradores levantaram a mobília e foram para casa de parentes. No entanto a rapidez e o volume de água surpreenderam. Vizinho da prefeitura, Geraldo Valar Ramos, 54 anos, contou com a ajuda de moradores para retirar móveis que não conseguiu salvar e viraram entulhos.
–Levantei muitas coisas e ainda assim perdi tudo. É uma situação muito triste – lamentou.
Na rua dele era possível perceber inclusive um botijão de gás pendurado em um fio de energia elétrica, o que dava noção de quanto o rio havia subido. Na Rua Ricardo Vicari, que margeia o Rio Barra Mansa, moradores de sete casas perderam tudo o que tinham. Com o nível do rio baixando durante a tarde, foi possível contabilizar os estragos e ajudar os vizinhos.
– A gente morava do outro lado da ponte e meu pai construiu aqui por imaginar que a água não chegaria. É triste ver os vizinhos perdendo tudo, não tem como não se ajudar – contou a gerente comercial Jessica dos Anjos, 33.
Estabelecimentos comerciais também perderam tudo devido à enchente. Uma cooperativa agrícola teve uma casa comprometida, o estoque inundado e todos os produtos danificados. O proprietário Valtemor Gentelini, 66, lamentou:
– O mercado era da década de 60. Às cinco horas da tarde de ontem já tinha um metro de água dentro do mercado. O prejuízo ultrapassa R$ 500 mil só de produto, mais os equipamentos freezers e computadores que perdemos. Foi muito depressa, não deu pra fazer nada.
A prefeita, Gisele Calmo, caminhava pela cidade e contabilizava os estragos. A prioridade agora é levantar os prejuízos e ajudar a população. Água mineral e produtos de limpeza estão entre os pedidos de ajuda:
– É um cenário de tristeza. A cidade foi destruída pela maior cheia dos últimos 80 anos, conforme o relato das pessoas mais velhas que tiveram a infelicidade de ver esse momento triste para o município. Estamos com equipes de todas as secretarias do município para minimizar todas as perdas. Já estamos em contato com o governo do Estado, e o decreto de calamidade sairá em breve. Não temos nenhuma família sem abrigo porque foram para casa de amigos e parentes – afirma a prefeita.
Para ajudar:
O que doar: material de limpeza, água e alimentos
Ponto de arrecadação: Salão Paroquial da cidade. Mais informações pelo telefone (54) 99681-2731.