Correção: O novo sistema não aceita pagamento por PIX, como publicado das 15h37min às 16h34min de 29 de agosto de 2023. A informação incorreta partiu da Secretaria de Trânsito. O texto já foi corrigido.
Em um contexto em que os meios eletrônicos de pagamento substituem cada vez mais o dinheiro em espécie, passageiros agora têm mais opções para desembolsar o valor da tarifa no transporte coletivo de Caxias do Sul. Um novo sistema adotado na frota da Visate, a concessionária do serviço, aceita pagamentos com cartões de crédito e débito. Toda a frota deve contar com o serviço até o primeiro trimestre de 2024.
Chamado de AtlasBox, a tecnologia consiste em novas leitoras instaladas nos ônibus em substituição aos equipamentos utilizados até então. Além de aceitar o tradicional cartão Caxias Urbano, os dispositivos também reconhecem a aproximação de cartões ou outros dispositivos com a tecnologia, como celulares e relógios com carteiras digitais. O ponto de leitura possui relevo para auxiliar pessoas com deficiência visual.
O valor para as modalidades eletrônicas são os mesmos de quem utiliza dinheiro em espécie. Isso significa que, nesses casos, será cobrado o valor cheio, de R$ 6,10. Já a tarifa subsidiada, de R$ 4,90, e a tarifa verde de R$ 3,90, seguem valendo apenas para pagamento via cartão Caxias Urbano na modalidade de pessoa física. A integração tarifária também ocorre apenas via cartão do transporte coletivo.
O AtlasBox também libera a passagem de usuários que não possuem o valor integral da tarifa no Caxias Urbano, descontando a diferença devida na próxima recarga. Além disso, o sistema permite uma nova forma de monitoramento de toda a operação, por meio do rastreamento da frota e reconhecimento facial dos titulares dos cartões Caxias Urbano, entre outras possibilidades.
Implantação gradual
A tecnologia é desenvolvida pela empresa Transdata, mesma fornecedora do primeiro sistema de bilhetagem eletrônica implantado em Caxias, no início dos anos 2000, e dos aparelhos em operação até agora nos ônibus da cidade. O contrato entre a empresa e a Visate foi assinado em 2021, tornando a concessionária caxiense a primeira operadora da nova tecnologia no país.
Quatro linhas, especialmente aquelas que operam sem catracas, já contavam com o AtlasBox desde agosto ao ano passado, mas a operação ocorria de forma experimental. Isso não significa, porém, que a catraca precisa ser removida para sistema ser instalado.
— Tem linhas que, por ora, é inviável operar sem catraca, assim como em algumas linhas de alta demanda o cobrador é essencial para que o motorista possa se concentrar em questões de trânsito — aponta Willembring.
Tanto a adoção de novos meios de pagamento quanto a biometria facial são exigências do contrato de concessão do transporte coletivo, em vigor desde maio de 2021. No entanto, o documento não estabelece prazo para implantação. As novas leitoras já operam em 10 ônibus do sistema. A expectativa é de implantar em mais 10 a cada semana.
O AtlasBox abre ainda a possibilidade de novas operações, como pagamento proporcional à distância percorrida, mas a Secretaria de Trânsito ainda não tem planos de adotar a modalidade.
— O sistema permite, mas por enquanto ainda não se tem uma forma de fazer. Estou falando isso hoje, mas daqui a pouco pode aparecer uma novidade tecnológica que nos permita fazer — observa.