Os técnicos e auxiliares de enfermagem do Hospital Pompéia e da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Central devem definir entre a noite desta quarta-feira (12) e a manhã de quinta (13) se suspendem a greve em Caxias do Sul por 60 dias. A paralisação ocorre desde 6 de julho. A proposta foi feita em audiência na tarde desta quarta-feira (12) na Justiça do Trabalho do município, com a presença do presidente do Tribunal Regional do Trabalho-RS (TRT-RS), Francisco Rossal de Araújo.
A sugestão foi construída coletivamente pelo TRT, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelas partes envolvidas na greve, que são o sindicato da categoria, o Sindisaúde, o Hospital Pompéia e o InSaúde, gestor da UPA Central. Conforme o Sindisaúde, a proposta envolve ainda abono de 100% dos dias paralisados e garantia de emprego até a próxima audiência de conciliação, que deve ser realizada em 11 de setembro.
Como parte da proposta, o sindicato realizará assembleias para avaliação e votação na noite de quarta e na manhã de quinta, com trabalhadores de cada turno. Se o acordo for aceito, o retorno ao trabalho está previsto para as 13h desta quinta.
Participaram ainda da reunião Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Federação das Santas Casas e da Secretaria da Saúde.
A greve
Os trabalhadores reivindicam o pagamento do piso nacional da categoria. A decisão pelo movimento levou em conta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que definiu que o pagamento do piso salarial deve ser feito aos trabalhadores do setor público e que o do setor privado deve ser negociado. O novo piso para técnicos de enfermagem contratados pela CLT é de R$ 3.325; R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras.
Atualmente, de acordo com a presidente do Sindisaúde, Bernadete Giacomini, o dissídio da categoria no último ano ficou na casa dos R$ 2,1 mil a R$2,2 mil mensais.
Apenas os técnicos e auxiliares de enfermagem do Hospital Pompéia e da UPA Central estão em greve. Antes, ficou determinado pela Justiça que 70% da categoria deve manter as atividades, sendo 100% na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Prefeitura apoia acordo
Em nota divulgada após a reunião, a prefeitura de Caxias espera que o acordo seja aceito pelos profissionais. A administração cita que a greve tem afetado o atendimento à população:
"A decisão é celebrada pela Prefeitura, uma vez que a redução das equipes em função da greve, desde a semana passada, tem afetado o atendimento à população, que é a maior prejudicada. Na UPA Central, há prejuízo principalmente no tempo de assistência a pacientes em observação e na sala de aplicação de medicação. A população atendida no Hospital Pompéia também é afetada pela greve.
O Município respeita a categoria e espera bom senso dos envolvidos, para que a comunidade não seja novamente afetada. A diferença salarial para o cumprimento do piso deve ser custeada pelo Governo Federal, mas ainda não há previsão".