Os números divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) comprovam a consolidação da energia fotovoltaica em Caxias do Sul. Atualmente são mais de 10 mil unidades consumidoras existentes no município entre casas, comércios e indústrias.
Juntas, as instalações somam 78 megawatts de potência (MWp) instalada, e geram cerca de 10 gigawatts hora (GWh) mensais de energia consumida ou injetada na rede elétrica. Para se ter uma ideia, o valor equivale, aproximadamente, ao que é gerado hoje pela usina hidrelétrica 14 de Julho, da Companhia Energética Rio das Antas.
Esse cenário dá a Caxias o título de capital gaúcha da energia solar. É daqui que vem a maior parte (3,8%) de toda a produção gaúcha de energia elétrica dessa modalidade. Os números ainda colocam Caxias entre as 20 cidades que mais utilizam do modelo no país.
A conquista será celebrada no 3ª Fórum Estadual sobre o tema, que ocorre terça (4) e quarta-feira (5) nos pavilhões da Festa da Uva. Realizado por APL Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha, UCS, Sebrae e Sicredi o evento pretender profissionalizar um setor que vê sua demanda crescer exponencialmente, principalmente em domicílios.
Hoje, ainda de acordo com a ANEEL, 42% da energia gerada pelos sistemas instalados no município vêm de residências. A área comercial (26%), industrial (18%) e rural (13%) completam a fatia de utilização.
Com 2,3 mil empresas no Rio Grande do Sul, o setor é formado por firmas que empregam até 40 pessoas, mas também por perfis menores e nascidos de outros ramos. Muitas delas constituídas inicialmente de forma familiar e que agregam parceiros terceirizados, como engenheiros eletricistas e vendedores.
Professor da UCS e coordenador do Fórum, Tiago Cassol Severo considera quatro núcleos essenciais para o melhor atendimento de quem oferece o modal energético ao consumidor. Projeto, instalação, venda e pós-venda devem, segundo Severo, conversar entre si e estar sempre atentos às mudanças de mercado e a melhor forma de orientar o cliente.
Pontos esses que serão discutidos em 22 palestras durante os dois dias de evento. Quem encerra a programação é o navegador e palestrante Amyr Klink, às 18h30min de quarta-feira (5). Debates que serão fundamentais para dar profissionalismo a um setor que projeta dobrar seu crescimento na próxima década.
— Nosso grande objetivo é que essas empresas se mantenham no setor de energia. É preciso sair do contexto familiar, que foi importante para eles começarem, mas é preciso ampliar e crescer na parte de gestão. As empresas devem observar que não estão mais em um setor temporário, as projeções são fantásticas de dobrar a potência de geração distribuída em 10 anos. Vamos precisar de muita mão de obra para vender, projetar e instalar — explica Severo.
A UCS, através do professor Severo, estima que estejam sediadas em Caxias até 150 empresas aptas a realizarem as instalações em um panorama crescente de concorrência e possibilidades geradas através de parcerias.
— É possível ter uma empresa solar sem ter um engenheiro eletricista desde que tu tenhas um parceiro que faça o projeto, vistoria da instalação e orçamento de conexão junto a concessionária. É uma empresa relativamente rápida de ser concebida, e com boas parcerias o foco fica na venda e o empresário consegue expandir rápido — conta.
Diferencial está no pós-venda
Equipes capacitadas, vendedores que conheçam as particularidades do setor e principalmente as atenções que precisam ser dadas no pós-venda. Assuntos que serão abordados pelo Fórum como bases fundamentais para um modelo de negócio que promete continuar sendo atrativo tanto para consumidores, que baixam o valor da sua conta de luz, quanto para integradores solares.
Segundo modelo de geração energética mais usado pelo brasileiro e que perde apenas para a fonte hídrica, instalações fotovoltaicas geram hoje, além de muita energia, empregos em todo o Estado. Há mais de 10 anos no mercado, o empresário caxiense Carlos Magnani entrou no ramo tão logo a ANEEL liberou o uso da energia conectada à rede e com mais de três mil usinas instaladas desde então, segue apostando no setor.
— O solar sempre vai ser um bom negócio, o Brasil é extremamente favorável para energias renováveis. Um sistema solar vai ficar para sempre onde está instalado, e é preciso ter empresas com credibilidade e estrutura para acompanhar durante toda a vida — afirma o empresário.
E, para isso, segundo Magnani é preciso estruturas administrativas, técnicas e de acompanhamento capazes de dar o melhor suporte ao consumidor.
— O crescimento é exponencial, principalmente nos últimos quatro anos, capacitação é fundamental, porque como é um mercado em expansão há muitos aventureiros nele — disse.
Serviço
O quê: 3º Fórum Estadual de Energia Solar e Eficiência Energética
Quando: 4 e 5 de abril
Onde: Centro de Eventos da Festa da Uva - Rua Ludovico Cavinato, 1.431, bairro Nossa Sra. da Saúde, em Caxias do Sul/RS
Inscrições podem ser feitas pelo site do Fórum