O governador Eduardo Leite convocou, na manhã desta terça-feira (28), reunião de emergência com integrantes do primeiro escalão do governo para tratar das denúncias de que policiais militares acobertavam e até se envolviam em coações a trabalhadores submetidos a trabalho análogo à escravidão na serra gaúcha.
A reunião ocorre no Palácio Piratini, em Porto Alegre. O gabinete do governador ainda não divulgou a lista de secretários convocados para o encontro.
Pelas redes sociais, Leite afirmou que a Corregedoria da Brigada Militar está à disposição para apurar "eventual participação de policiais em atos de coação aos trabalhadores explorados na serra gaúcha". No texto, o governador diz que convocou para a reunião com secretários para "tratar de novas ações em relação a este crime absurdo e lamentável'.
Na sequência, o chefe do Executivo afirma que solicitou o compartilhamento de provas entre a Polícia Federal e a Corregedoria da BM.
Na segunda-feira (27), GZH revelou que PMs estão sendo investigados por suspeita de acobertar casos de trabalho análogo à escravidão na colheita da uva em Bento Gonçalves. Nos depoimentos prestados às autoridades, alguns trabalhadores disseram ter sido espancados e ameaçados de morte por integrantes da Brigada Militar.
De acordo com os relatos, os policiais tinham um acordo com o proprietário do alojamento, pelo qual eram chamados para coagir e reprimir os safristas, em casos de brigas ou de reclamação. Ainda conforme os relatos, alguns desses brigadianos usaram armas de choque e cassetetes para agredir as pessoas em condição análoga à escravidão.