A chuva que atingiu Nova Pádua nesta quinta-feira (2) causou diversos estragos. Giseli Boldrin Rossi, agricultora e presidente da Câmara de Vereadores da cidade, mora em Travessão Mützel, próximo ao limite com Travessão Barra, e conta que foram segundos de temporal:
— Estava uma tarde muito quente, mas aí começaram uns pingos, uma chuva de leve. Em questão de 30 segundos abrimos a porta do pavilhão, guardamos o carro e começou um vento muito, muito forte. Ele veio acompanhado no início por algumas pedras de granizo, pedras grandes, do tamanho de uma bolinha de de ping-pong. No início algumas árvores já começavam a cair por causa desse vento extremamente forte. Se percebia só pela intensidade que muito pouco sobraria.
Giseli conta ainda que, na região, foram destruídos aviários, telhados dos pavilhões, barracões onde eram guardadas máquinas e tratores.
— As famílias ficaram em desespero. Agora é um período bem complicado porque as uvas estão maduras e foram perdidas. É necessário um mutirão da comunidade para ajudar. Vai apodrecer muita coisa do que sobrou. É um cenário bem triste, ver que estamos pisando em cima da uva que trabalhamos um ano para produzir. Tem gente que tinha tomate, repolho, ficou tudo destruído — diz Giseli.
A prefeitura de Nova Pádua ainda fará um levantamento dos estragos, mas a estimativa inicial é de que 50 ou 60 tenham sido prejudicadas.
— Estávamos aguardando muito ansiosos a chegada da chuva, até com medo que ela não viesse. E quando ela vem, causa um estrago, era vantagem ter ficado na estiagem. É algo que não se deseja para ninguém porque é o trabalho do ano todo. A gente se sente impotente, incapaz — lamenta Giseli.
De acordo com a Defesa Civil estadual, dados do núcleo de tempestade apontaram, ainda na quinta, que município pode ter tido uma microexplosão.