Um serviço de consultoria terá nove meses para apurar o desequilíbrio econômico-financeiro, decorrente do período de pandemia, alegado pela Viação Santa Tereza, a Visate, concessionária que opera o transporte coletivo em Caxias do Sul. O município contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para realizar a auditoria e apresentar dados técnicos que servirão de subsídio à prefeitura no processo judicial que tramita na Justiça. Esse processo foi movido pela Visate, que cobra do poder público indenização de R$ 26 milhões para cobrir suposto desequilíbrio econômico-financeiro apurado durante a vigência do contrato em 2020 e parte do ano de 2021.
A Visate não irá se pronunciar sobre o assunto.
A ordem de início para a execução dos serviços de consultoria foi assinada nesta semana pelo prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico. O prazo de nove meses passa a valer a partir da segunda-feira (9).
— Os cálculos dos técnicos do município são discrepantes dos valores apresentados pela concessionária, então se julgou necessário essa auditoria para que sejam encontrados os números validados. Isso também servirá para dar uma resposta à população — diz o diretor da secretaria municipal de Trânsito e secretário em exercício, Cléberson Babetzki.
Questionado sobre de quanto é a diferença de valores apresentados pela Visate e os apontados pelo poder público, Babetzki, afirma que não pode divulgar a informação porque o processo judicial está em tramitação:
— A concessionária alega que teve esse prejuízo de R$ 26 milhões somente no período da pandemia. Ainda não podemos divulgar, mas os valores são discrepantes e tem uma diferença bem significativa.
Em nota divulgada pela prefeitura, o prefeito afirma que, dependendo do resultado da auditoria, o município poderá fazer uma nova contratação para apurar prejuízo de R$ 100 milhões que a concessionária alega ter tido no período de 2017-2019. Anda segundo o chefe do executivo, a atual administração não deve nenhum valor indenizatório à concessionária referente ao novo contrato, assinado em maio de 2021.
Contatada na manhã desta quinta-feira (5), a Visate informou que não vai se manifestar sobre o assunto.