O projeto para construção de uma ponte sobre o Rio das Antas na BR-285, em São José dos Ausentes, está previsto para ser concluído em fevereiro. Essa é a última etapa antes do início da obra, o que pode ocorrer ainda no próximo mês. A implantação da nova estrutura integra a pavimentação dos últimos 8,87 quilômetros da rodovia. O contrato para a obra foi assinado em 2021, mas até agora os trabalhos se concentraram principalmente na elaboração dos projetos.
A ponte terá 400 metros de extensão e 60 metros de altura e foi incluída no chamado "Plano de cem dias" do Ministério dos Transportes. O anúncio realizado nesta quarta-feira (18) pelo titular da pasta, Renan Filho, contempla obras que serão retomadas, iniciadas ou intensificadas até abril.
A construção da nova ponte não chega a ser novidade para a região, mas o avanço no projeto e o fato da construção ser realizada pela mesma empresa que faz os estudos agiliza os trâmites para as obras. Outras etapas da conclusão da BR-285, como a pavimentação em si, também estão na fase de projetos. Segundo o ministério, caso os estudos para o asfaltamento sejam concluídos ainda em janeiro, será possível dar início à terraplenagem do terreno também no próximo mês.
— A ponte do Rio das Antas está em análise em Brasília e o projeto do trecho está em fase de ajuste com consórcio (grupo de empresas contratadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte -Dnit) — afirma o engenheiro da unidade do Dnit em Vacaria, Daniel Bencke.
Além da pavimentação e da ponte, a conclusão da BR-285 também contempla dois entroncamentos e duas passagens para a fauna. Uma delas, no km 51, já está em fase de construção. Por enquanto, esse é o único ponto em que as máquinas atuam até a conclusão dos demais projetos.
Na época da assinatura do contrato, a finalização da estrada estava orçada em cerca de R$ 72 milhões, dos quais pelo menos R$ 12 milhões já estão reservados via emendas parlamentares. O restante será executado conforme disponibilidade orçamentária.
Quando estiver concluída, a BR-285 vai formar um corredor estratégico, cruzando todo o Rio Grande do Sul. Em São Borja, na fronteira oeste, a rodovia dá acesso a estradas argentinas e chilenas, permitindo uma ligação rodoviária entre o porto de Imbituba, em Santa Catarina, e o porto de Antofagasta, no Chile. O lado catarinense da estrada está em fase final de construção na Serra da Rocinha, no município de Timbé do Sul. Dos 22 quilômetros em obras, oito foram liberados ao trânsito em outubro de 2020.
Na Serra, a última inauguração de um trecho pavimentado da BR-285 ocorreu em 2010, quando foi entregue o acesso a São José dos Ausentes. De lá para cá, problemas com licenciamento ambiental e desistência da empreiteira responsável pela obra, além da falta de recursos, impediram o andamento do projeto. O resultado foi a falta dos quase nove quilômetros de asfalto, que mobiliza a comunidade desde 2016, para que seja solucionada.
Avanços na Rodovia da Serra
A extensão da BR-448 (Rodovia do Parque), entre Sapucaia do Sul e Portão, também conhecida como Rodovia da Serra não esteve no anúncio do Ministério dos Transportes, embora houvesse a expectativa de que fosse incluído. Isso não significa, porém, que a proposta foi abandonada.
Segundo a pasta, como já existe uma empresa contratada para a elaboração do projeto, essa é considerada uma ação em andamento, que não se enquadra no objetivo do Plano dos cem dias. A ordem de início para os estudos, inclusive, é esperada para os próximas semanas e o trabalho deve superar os cem dias previstos no plano.
A construção do novo trecho da rodovia somente terá início após a finalização do projeto e execução de outros trâmites, como licitação. O governo do Estado também mantém conversas com o governo federal com o objetivo de formalizar uma parceria para viabilizar a obra.
A extensão da BR-448 deve ter 18,7 quilômetros e permitirá a ligação entre a Serra e a Região Metropolitana de Porto Alegre sem a necessidade de acessar a BR-116, em São Leopoldo. Isso deve desafogar o trânsito no Vale do Sinos, atualmente bastante complicado especialmente em horários de pico.