O governo do Rio Grande do Sul suspendeu temporariamente as atividades da unidade do Tudo Fácil de Caxias do Sul, localizada no Bourbon Shopping San Pellegrino, no bairro São Pelegrino, desde sábado (3). De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, a empresa terceirizada responsável pelos atendimentos não regularizou a documentação necessária para liberar o pagamento aos funcionários. Não há previsão para retomada do serviço.
Ainda conforme a assessoria, em nota, o Estado notificou a irregularidade e “está tomando as medidas legais para garantir a continuidade dos atendimentos”. Neste momento, a agência do Tudo Fácil tem apenas um plantão de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, para retirada da Carteira de Identidade.
A agência Tudo Fácil de Caxias do Sul foi aberta em setembro como referência para a demanda dos moradores de 50 municípios da região, como Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Garibaldi, São Francisco de Paula e Vacaria. Antes da suspensão, o atendimento ao público era de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 14h. A agência foi criada com a oferta de 60 serviços presenciais, entre eles do DetranRS, FGTAS/Sine, INSS, IPE Saúde, IPE Previdência, Procon e RGE. Além disso, conta com terminais de autoatendimento, que permitem o acesso a mais de 500 serviços digitais pelo portal rs.gov.br.
Problemas com pagamentos
Desde o início da operação, problemas de pagamentos de funcionários foram registrados na agência, em Caxias do Sul. O Estado contratou uma empresa para terceirizar os serviços, que fica responsável pelo pagamento. Na primeira semana, empregados da agência fizeram uma paralisação parcial pelo atraso de salários e benefícios como o vale-transporte e o vale-refeição.
Depois, em outubro, 14 dos funcionários demitidos reclamavam pelo atraso nos pagamentos a que têm direito. Um deles, João Moares, 34 anos, foi desligado no dia 2 de novembro e afirma que a empresa terceirizada ainda não pagou indenizações e jamais depositou o FGTS dos funcionários. Segundo a lei, o prazo para quitar a rescisão trabalhista é de até 10 dias.
— Não pagaram a rescisão nem o FGTS. Os dois salários pelo período que trabalhei foram depositados com atraso.
Procurado pela reportagem em novembro, o gerente da Excelência, Carlos Lopes, disse que os funcionários acabaram sendo demitidos no contrato de experiência "por deficiência técnica" e que sabiam da programação de pagamentos que seria feita pela empresa.
— Pagamos regularmente dentro das possibilidades. Quando não temos condições fazemos uma programação.